Os imunologistas estão em busca de anticorpos (e células B e T) que ajudam a matar o SARS-CoV-2 no corpo.
No final da década de 1980, 15 pessoas saudáveis mudaram-se para novos apartamentos em Salisbury, Reino Unido. No terceiro dia, cada um foi solicitado a cheirar uma solução contendo um coronavírus – um dos vários vírus que causam o resfriado comum. Em seguida, os voluntários passaram três semanas em quarentena na Unidade de Resfriado Comum, parte do Conselho de Pesquisa Médica, onde os pesquisadores monitoraram uma série de sintomas. Alguns participantes do estudo compararam as estadias na Unidade de Resfriado Comum a férias – se sim, foram férias completas com coleta de sangue e lavagens nasais.
Cerca de um ano depois, 14 dos voluntários voltaram para fazer isso novamente. Desta vez, os pesquisadores estavam ansiosos para saber se a exposição dos participantes ao vírus os tornara imunes. A resposta: mais ou menos. Embora não tenham mostrado sintomas, as análises revelaram que quase todos eles foram infectados antes que seus sistemas imunológicos pudessem lançar uma defesa eficaz.
Foi uma dica inicial para a resposta a uma pergunta que agora mantém pesquisadores, médicos e políticos acordados à noite: pode o sistema imunológico humano montar uma defesa duradoura contra o vírus pandêmico SARS-CoV-2? A resposta é crucial para entender se uma vacina fornecerá proteção adequada, se aqueles que se recuperaram do COVID-19 podem retornar aos comportamentos pré-pandêmicos e com que rapidez o mundo pode reduzir a ameaça representada pela doença.
Fonte: Nature