Covid mata 55% dos negros e 38% dos brancos internados no país, diz estudo

3 de junho de 2020

Mais da metade dos negros que se internaram em hospitais no Brasil para tratar casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), com confirmação de covid-19, morreu. Esta é a constatação de uma nota técnica assinada por 14 pesquisadores do NOIS (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde) da Puc (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro, em que foram analisados 29.933 “casos encerrados” de covid-19 (ou seja, com óbito ou recuperação). Dos 8.963 pacientes negros internados, 54,8% morreram nos hospitais. Entre os 9.988 brancos, a taxa de letalidade foi de 37,9%.

O estudo foi feito com base nos dados divulgados pelo Ministério da Saúde até o dia 18 de maio. Há também indígenas (54 internados, sendo 38 óbitos) e amarelos (305 internados, com 146 óbitos); 10,6 mil pessoas tiveram a raça ignorada ou não preenchida no momento da internação.

A maior diferença ocorre entre pessoas de 30 a 39 anos, em que negros têm 2,5 vezes mais chances de morrer em uma internação por SRAG do que brancos internados. Entre idosos com mais de 90 anos, a diferença de mortalidade é a menor: apenas 5% a mais entre negros.


Fonte: UOL
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