Leonor Mathe vende biscoitos no terminal de transportes da Praça dos Combatentes em Maputo e hoje, no primeiro dia útil da segunda prorrogação do estado de emergência devido à covid-19 em Moçambique, arriscou sair à rua para “fugir da fome”.
Apesar de não haver confinamento obrigatório, o Presidente da República pediu na quinta-feira, numa comunicação à Nação, que todos fiquem em casa para evitar o aumento de infeções pelo novo coronavírus, que dispararam em maio.
Leonor, 48 anos, segue os cuidados que pode – usar máscara e desinfetar as mãos, por exemplo -, mas diz à Lusa que “não dá para ficar em casa por causa da fome”. A comerciante informal percorre diariamente os movimentados passeios da Praça dos Combatentes com um pequeno balde de biscoitos caseiros na cabeça. Cada biscoito custa 25 meticais (pouco mais de 30 cêntimos de euro) e, em tempos normais, até dava para arcar com algumas despesas. Mas desde que o novo coronavírus chegou, quase tudo mudou.
Hoje, apesar do receio de ser infetada e com medo das incursões da polícia municipal, é na azáfama do terminal que consegue o pouco dinheiro que ainda tem para sustentar sete filhos. “Não há nada agora. O negócio parou”, lamenta a comerciante, pelo que tudo o que consegue é bem-vindo.
Fonte: EuroNews


