Vídeo compara, erroneamente, pesquisadores que estudam covid-19

13 de julho de 2020

Um vídeo que circula em redes sociais, publicado em 28 de junho, engana ao comparar o índice-H — métrica que avalia a quantidade de citações de artigos científicos de um determinado pesquisador — de cientistas que estudam o novo coronavírus. Na gravação, a atriz e apresentadora Karina Michelin diz que “tem um monte de gente publicando estudos de cientistas que não são relevantes, somente pelo fato de eles serem cientistas” e critica a escolha de alguns deles para entrevistas a veículos de imprensa.

Embora o índice citado na publicação seja verdadeiro, a comparação entre pesquisadores de áreas distintas e idades diferentes é equivocada. O Comprova também apurou com acadêmicos que se trata de uma métrica que quantifica qualquer menção ao pesquisador — inclusive críticas ao seu trabalho. “O que a gente está vendo aí nessa pandemia é cientistas de pouca relevância terem tanto peso aí na internet e conseguirem que a mídia descredite aqueles que tem um H-index [índice-H] altíssimo e uma influência enorme no mundo científico”, diz Karina no vídeo.

Os três pesquisadores citados positivamente pela autora do vídeo são estrangeiros. Um deles, o francês Didier Raoult, é alvo de severas críticas por um estudo sobre a eficácia da cloroquina. Michael Levitt, britânico e ganhador do prêmio Nobel de Química, previu que o Reino Unido teria 50 mil mortes e fez críticas à política de lockdown – mesmo aplicando tal medida, o país já ultrapassou 44 mil mortes. Karl Friston, também britânico, foi citado de forma distorcida por Karina. Ela fala ainda de pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e afirma que eles não têm índice-H, o que não é verdade.


Fonte: UOL Comprova
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