Um projeto de extensão de alunos e professores do Curso de Graduação em Odontologia da UFF de Nova Friburgo, na Região Serrana, vai ajudar a combater notícias falsas, as chamadas fake news, sobre a Covid-19.
O “Corona UFF – caiu na rede” utiliza as redes sociais para esclarecer dúvidas da população relacionadas à pandemia, a partir de evidências científicas.
De acordo com o professor da UFF que coordena o projeto, Marcos Alex Mendes, a ideia é oferecer informações qualificadas e com credibilidade científica.
“Precisamos levar orientações às pessoas no enfrentamento da Covid-19 nas mídias sociais, com a oferta de informações que sejam baseadas em evidências científicas. É um trabalho que auxilia a população, neste momento complicado pelo qual passamos, e ajuda a combater as fake news”, garante.
As informações são disponibilizadas através de imagens e textos que explicam conceitos científicos, como o próprio nome ‘Coronavírus’, e informações relacionadas à pandemia, como a forma de transmissão, o modo de realização de testes e como se portar durante a reabertura gradual.
De acordo com os organizadores do projeto, os internautas podem fazer perguntas sobre o tema, diretamente na plataforma online.
Estudo da Friocruz
Um estudo recente da Fiocruz, conduzido pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo, identificou as principais fake news relacionadas à Covid-19, recebidas pelo aplicativo “Eu Fiscalizo”, entre os meses de março e maio.
A primeira etapa da pesquisa fez um balanço das denúncias de notícias falsas recebidas entre 17 de março e 10 de abril, e revela que 65% delas ensinam métodos caseiros para prevenir o contágio da Covid-19, 20% mostram métodos caseiros para curar a doença, 5,7% se referem a golpes bancários, 5% fazem menção a golpes sobre arrecadações para instituição de pesquisa e 4,3% se referem ao novo coronavírus como estratégia política.
Ainda segundo a Fiocruz, a segunda fase do estudo, realizada entre 11 de abril e 13 de maio, aponta que, entre as fake news notificadas pelo app, 24,6% afirmam ser a doença uma estratégia política, 10,1% ensinam métodos caseiros para prevenir o contágio do novo coronavírus, 10,1% defendem o uso da cloroquina e hidroxicloroquina sem comprovação de eficácia científica e 7,2% são contra o distanciamento social.
Para Claudia Galhardi, além de colocar vidas em risco, a disseminação de notícias falsas relacionadas ao novo coronavírus contribui para o descrédito da ciência e das instituições globais de saúde pública, bem como enfraquece as medidas adotadas pelos governos no combate à doença.
Fonte: G1 Região Serrana


