Ao menos US$ 235 milhões (quantia equivalente a mais de R$ 1 bilhão) são movimentados anualmente em banners de publicidade que aparecem em web sites extremistas e que produzem fake news. O volume foi estimado por um estudo da Global Disinformation Index (literalmente, “índice global de desinformação”), aliança entre governos, empresas e representantes da sociedade civil formada com o objetivo de “restaurar a confiança na mídia”.
“Desinformação” é definida pela aliança como “informação imprecisa espalhada intencionalmente e/ou maliciosamente” pela rede. No estudo, foram pesquisados aproximadamente 20 mil domínios suspeitos de propagar notícias falsas, cruzando dados sobre audiência e o quanto os anunciantes pagam por cada visitante. Muitas empresas desconhecem que suas marcas aparecem nesses web sites em virtude da maneira como parte da publicidade é programada automaticamente na internet.
“Se elas tivessem escolha, penso que escolheriam não subsidiar esse tipo de conteúdo, mas no momento ainda não podem fazer isso”, explicou Daniel Rogers, cofundador e chefe de tecnologia da Global Disinformation Index, ao adiantar à rede CNN as principais conclusões do estudo, que deve ser publicado na íntegra em setembro. Cabe às próprias empresas criar mecanismos para monitorar onde vai parar a sua publicidade. Nos EUA, o grupo de ativistas Sleeping Giants (“gigantes adormecidos”) tem contas em redes sociais que denunciam anunciantes. “Essa é apenas a ponta do iceberg”, disse Rogers.
Fonte: Revista Educação


