Preocupados com o volume de fake news divulgado na internet sobre o novo coronavírus, estudantes da Universidade de Brasília (Unb) criaram perfis nas redes sociais para responder questões sobre a Covid-19. O “Pet Covid-19” e o “João Fake News” checam informações que circulam na rede usando como base estudos e fontes seguras.
Um dos maiores problemas encontrados são as informações falsas sobre cura da doença, dizem os alunos. Gabriel Cajado, de 22 anos, é responsável por um dos perfis. Ele conta que começou a receber notícias de familiares e amigos sobre remédios e tratamentos que eram “verdadeiros milagres”.
O estudante de Ciências Naturais diz que decidiu, então, criar um meio de apurar as informações. O objetivo inicial era traduzir palavras como “célula” e “mucosa”, por exemplo, e contar com a ajuda dos professores para informar de maneira adequada.
“A gente pega um termo mais técnico e facilita para as pessoas”, explica.
A forma usada para chegar ao público foi um grupo, no WhatsApp. “Não achei que daria certo, mas ganhou uma proporção que eu não imaginava. Todo dia a gente abre o grupo pra perguntas e várias pessoas participam”, afirma o estudante.
No começo, o grupo atendia comunidades próximas ao campus da UnB, em Planaltina. Mas o perfil tem recebido perguntas até de outros estados como Tocantins e Mato Grosso.
O Pet Covid-19, já tem 245 pessoas. Dessas, 20 são alunos da universidade, as outras 225 moram na capital federal e várias regiões do país. Além dos colegas de Gabriel, um outro grupo de estudantes da universidade pública, criou um segundo perfil contra fake news relacionadas à pandemia. Eles trabalham da mesma maneira: recebem as dúvidas, processam, verificam e respondem se a informação é fato ou fake.
O “João Fake News” tem dois meses e cerca de 300 pessoas, de todo país, afirma o estudante de engenharia Samuel Albuquerque, responsável pelo trabalho. “Buscamos ferramentas gratuitas pra que não gere custo para as pessoas”, explica.
“As dúvidas que aparecem são variadas. A gente já respondeu sobre o uso de limão para curar coronavírus, terapia de ozônio e até o uso de máscaras”, afirma o estudante.
Fonte: G1 Distrito Federal


