É enganoso um vídeo publicado no Facebook afirmando que hospitais estariam “provocando a morte” de pessoas com outras doenças para poder registrá-las com covid-19. No vídeo, uma mulher afirma que durante a internação no Hospital Casa Italiano, no Rio de Janeiro, foi submetida a procedimentos que não havia autorizado e que também recebeu medicamentos que não poderia tomar porque era alérgica. Ela ainda diz que foi privada de higiene, de contato com a família e que foi isolada em uma área destinada para pacientes com covid-19 mesmo sem ter diagnóstico da doença. Por fim, sugere que as pessoas que tenham sintomas e complicações da covid-19 não procurem hospitais e se tratem em casa.
Em nota, o diretor médico do Hospital Casa Italiano, Vitor Luiz Ferreira Gomes, informou que “as alegações que a paciente passa no vídeo em questão são mentirosas e falsas”. De acordo com o hospital, a mulher do vídeo realmente esteve internada no hospital entre os dias 12 e 19 de maio. Ela teve diagnóstico de covid-19 confirmado por exame RT-PCR e tomografia. Ainda segundo o hospital, a mulher deixou o local sem ter recebido alta. A instituição alega não poder enviar os exames por se tratar do sigilo médico, apenas a paciente poderia fazer tal solicitação.
Na gravação, a mulher conta que, após deixar o hospital, recebeu a visita de um médico em casa, e que, dias depois, estava bem. O profissional é Raul de Amoedo Monteiro, que confirma o atendimento. Ele diz que não viu exames nessa visita e que não achou que os sintomas de febre e tosse pudessem ser de covid-19. Diagnosticou-a com resfriado e, por conta da idade da paciente, receitou antibióticos e expectorante.
De acordo com Monteiro, ela relatou que havia ficado nervosa no hospital porque viu pessoas passando muito mal e não estava se sentindo da mesma forma. “Ela estava muito ansiosa, e juntou com a perda da filha”, disse o médico. Ele refere-se à morte da filha de Luzia no dia 10 de maio por um infarto, um dia antes de ser internada – fato que ela conta no vídeo. A equipe assistencial do Hospital Casa Italiano também ressaltou que ela parecia nervosa por causa da perda da filha. Ainda segundo Monteiro, dez dias depois de consultá-la em casa, Luzia foi a sua clínica, em uma consulta de retorno, e estava bem.
Fonte: UOL Comprova


