A discordância entre o Twitter e o Facebook em relação às mensagens supostamente falsas revela visões cada vez mais divergentes a respeito do papel das redes sociais. Por um lado, há quem diga que as plataformas devam ser espaços de livre discussão para as pessoas publicarem o que bem entenderem. Por outro, especialistas defendem que as redes sociais precisam assumir a responsabilidade sobre o conteúdo. Quando as plataformas foram criadas nos anos 2000, elas tinham o objetivo de conectar pessoas. Porém, mais do que isso, acabaram se tornando um espaço de discussão de ideias.
Do movimento Occupy Wall Street ao #BlackLivesMatter, as redes sociais amplificaram as novas demandas da sociedade. No entanto, junto com o novo canal de comunicação cresceu a disseminação de notícias falsas. Um estudo realizado por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) analisou mais de 126.000 boatos que circularam no Twitter de 2006 a 2017 e mostrou que as fake news se espalham mais rapidamente e alcançam até 100 vezes mais pessoas do que as notícias reais. O problema só se aprofundou nos últimos anos, e as redes sociais chegaram a um ponto de inflexão. Para especialistas, fica cada vez mais evidente que as plataformas precisam de uma reforma para privilegiar conteúdos verdadeiros e promover um debate saudável.
Encontrar uma solução não é simples. Como os serviços são usados por mais de 1 bilhão de usuários todos os dias, é como se fosse preciso trocar o pneu de um veículo em movimento. Algumas mudanças estão sendo encabeçadas pelas empresas. Apesar de bem-vindas, as iniciativas nem sempre são suficientes. Por isso, em todo o mundo, os países discutem saídas legais para reduzir a disseminação de conteúdo falso e discriminatório.
Fonte: Exame


