Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 5 fake news foram esclarecidas, 1 realizada pelo Portal do Ministério da Secretaria e 4 pelo Portal Globo.com no dia 29 de Maio. São elas:
(1) Mensagem do Pazuello no Twitter sobre Policia Federal é Fake News
O Ministério da Saúde informa que o ministro interino Eduardo Pazuello não possui contas nas redes sociais. O perfil com a mensagem é “fake” e a pasta solicitou à plataforma sua exclusão.
(2) É #FAKE que diretor do CDC nos EUA fez lista com 17 dicas que inclui ‘evitar o uso prolongado de máscaras’
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do governo dos Estados Unidos, as únicas orientações de proteção por eles defendidas e por seu diretor, Robert Rey Redfield, são as que estão em sua página oficial, voltadas para proteção individual e social. Entre elas, lavar sempre as mãos, evitar contato próximo e usar máscaras que protejam nariz e boca.
A lista dos 17 conselhos falsamente atribuída ao diretor do CDC foi baseada em uma relação criada por usuários nas redes sociais que tem como fonte o médico Faheem Younus, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Ele tem feito diversos tuítes desde o início da pandemia. Um resumo com suas dicas foi criado e passou a ser compartilhado na web. Na publicação original, em inglês, há 16 itens nesta lista, que se baseia nas publicações do médico, mas não é uma cópia exata de suas falas.
A mensagem que circula no Brasil, porém, desvirtua a relação original e inclui pontos que vão contra as orientações internacionais de saúde, como, por exemplo, um contra o isolamento social e um contra o uso prolongado de máscaras. Esses itens, adicionados ao final da lista, não aparecem na publicação original. Além disso, a lista em português suprime alguns pontos.
(3) É #FAKE que 96% das mortes atribuídas à Covid-19 na Itália foram causadas por outras patologias
A mensagem usa como fonte um vídeo do parlamentar italiano Vittorio Sgarbi, publicado por ele no dia 24 de abril. Segundo o parlamentar, os números oficiais são enganosos. Na verdade, ele usa as patologias prévias dos pacientes que morreram de Covid-19 para dizer erroneamente que elas foram a causa da morte.
Um estudo divulgado pelo Instituto italiano no dia anterior à publicação do vídeo mostrou dados de mais de 2 mil vítimas da doença no país. Os dados revelaram que apenas 3,6% dos pacientes não apresentavam outra doença e faziam uma relação das comorbidades mais presentes entre eles, como a hipertensão e a diabetes. O estudo, de toda forma, avaliou apenas 10% do total de mortes registradas no país à época e não fez nenhuma menção a uma alteração da causa das mortes, como fez o parlamentar.
Ter uma doença pré-existente à Covid-19 não significa que ela seja a causa da morte. De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Paulo Lotufo, a existência dessas doenças é o que acelera o desenvolvimento da Covid-19. O professor diz que uma maneira eficiente de mostrar o impacto da Covid-19 é comparar o número de mortes neste ano em relação a anos anteriores, quando a doença ainda não tinha surgido. Em março, a Itália registrou alta de quase 50% no número de mortes em comparação com a média para o mês entre os anos de 2015 e 2019. Isso mostra que houve um aumento significativo, um indicativo de que algo causou mais mortes do que o comum para o país no período.
(4) É #FAKE que máscara provoca hiperventilação e intoxicação por micropartículas do material
A máscara, seja a do tipo profissional, seja a artesanal, feita em casa, não é hermeticamente fechada, portanto, não gera asfixia (quando a pessoa é sufocada). Ela não interfere no processo da respiração humana, ou seja, a inspiração de oxigênio e a eliminação do dióxido de carbono, não comprometendo a oxigenação do organismo.
Como as máscaras são permeáveis, o ar entra e sai pelo tecido normalmente, e não há risco de hiperventilação (quando a frequência respiratória se acelera) nem de se ter a chamada síndrome de hipercapnia (quando há presença de doses excessivas de dióxido de carbono no sangue), como diz a mensagem falsa. Com relação à hipótese de intoxicação por dióxido de carbono, o pneumologista José Rodrigues Pereira, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, aponta que dois estudos feitos à época do surto de Sars-1 (entre 2002 e 2004) com as máscaras N95 mostraram que houve uma pequena alteração no nível de CO2 no organismo, mas nada preocupante.
Da mesma forma, não há por que falar em intoxicação por micropartículas do tecido, que não se soltam durante o uso. Basta observar que várias categorias profissionais já faziam uso corrente desse tipo de artigo antes da pandemia, sem prejuízos para a saúde. Pereira lembra que há relatos de casos de pneumonite de hipersensibilidade, um processo inflamatório pulmonar, nas pessoas que produzem as máscaras – e não em quem usa. “Aqueles pequenos fiapos de algodão podem gerar essa inflamação durante a produção da máscara, no cortar e costurar o tecido”, diz.
(5) É #FAKE que operação da PF fez cidade do Rio de Janeiro excluir 1,1 mil mortes por Covid-19 da estatística oficial
A operação “Placebo”, realizada pela PF na terça (26), diante de suspeitas de desvios em ações que visam conter a pandemia de coronavírus, como a compra de respiradores, foi centrada no governo do estado do Rio, não no município. A questão da contagem de mortes citada na mensagem falsa envolve a prefeitura, não o governo do estado.
A mensagem usa a foto de uma tela de TV com uma reportagem da GloboNews, em que se lê: “Prefeitura do Rio exclui 1.177 mortos da estatística de Covid-19”. A reportagem em nenhum momento diz que o fato teve a ver com a operação da PF. A alteração na contabilização ocorreu apenas no mesmo dia. Foi quando o Painel Rio Covid-19 passou a considerar os dados dos atestados de óbitos fornecidos pelos cemitérios – via Coordenadoria Geral de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários (da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação) – em detrimento das informações dos hospitais onde os pacientes passaram e foram testados para o coronavírus – via Secretaria de Saúde. A diferença, a depender da fonte de informação, se dá porque muitas vezes o paciente morre em decorrência da Covid-19, mas isso não chega a constar do atestado de óbito, por falhas ou atrasos.
Na quarta-feira (27), por força de uma decisão judicial, o município voltou atrás na forma como dispõe os dados no Painel Covid-19. A tela do painel ficou assim: de um lado, aparece o número de óbitos oficial do Ministério da Saúde (os mesmos da Secretaria de Saúde do estado); de outro, a contagem referente aos dados de sepultamentos.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


