Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 2 fake news foram esclarecidas, 1 pelo Portal UOL e outra pelo Portal Globo.com no dia 25 de Junho. São elas:
(1) É #FAKE que cloroquina seja distribuída gratuitamente por toda a Europa para tratar a Covid-19
Como não há consenso na comunidade científica com relação ao remédio, usado desde antes da pandemia do novo coronavírus em quadros de malária e de doenças autoimunes, países como França, Itália e Bélgica não aprovam o uso do remédio para casos de Covid-19, porque não o consideram eficaz contra o vírus nem seguro para os pacientes. Alguns governos já recomendaram o medicamento, mas reviram o posicionamento por entender que não surgiram estudos que embasem um protocolo de atendimento. Portugal espera ensaios clínicos em outros países para tomar uma decisão mais à frente. O Reino Unido pausou uma pesquisa clínica com profissionais de saúde. A Agência Europeia de Medicamentos, organismo da União Europeia, emitiu alerta para que os médicos monitorem atentamente os pacientes que tomarem o medicamento, pelo risco de arritmias cardíacas e problemas neuropsiquiátricos. A agência não recomenda o uso fora de ensaios clínicos, uma vez que benefícios e riscos ainda não foram estabelecidos de forma definitiva.
Segundo o médico Guilherme Werneck, professor adjunto do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), ressalta que a ideia de “distribuição gratuita” contida na mensagem induz quem a lê a erro, pois dá a entender que a recomendação é para utilização em casa. “A Agência Europeia de Medicamentos orienta apenas em ensaios clínicos ou em situações emergenciais em pacientes hospitalizados, sob supervisão próxima. A distribuição se dá somente por indicação médica, como indicado nos principais protocolos de Covid-19 desses países. A ideia de ‘distribuição gratuita’ é capciosa, o medicamento em alguns países pode até ser subsidiado pelo governo (como muitos medicamentos são), mas não é ‘distribuído gratuitamente’ para qualquer pessoa”.
(2) É falso que a covid-19 seja uma trombose causada por bactéria
O falso conteúdo afirma que um remédio para o novo coronavírus foi encontrado na Itália, que o agente infeccioso da covid-19 é uma bactéria, e não um vírus, que as mortes são provocadas por trombose, que o uso dos respiradores não é necessário em pacientes internados e também insinua que internações em unidades de terapia intensiva são dispensáveis. Entretanto, ainda não foi encontrada uma cura para a doença e, tampouco, existem registros de que antibióticos, anti-inflamatórios e anticoagulantes sejam as únicas formas de tratamento eficaz. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a covid-19 é uma “doença infecciosa causada por um coronavírus recém descoberto” (tradução livre), e não por uma bactéria como sugere a postagem. Endossando o que afirma a OMS, o Ministério da Saúde esclareceu em nota que a covid-19 é uma doença respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2.
Na Itália, onde segundo a postagem médicos teriam descoberto que o SARS-CoV-2 seria uma bactéria, o Ministério da Saúde mantém uma página que reúne e desmente os principais boatos que envolvem a doença no país. No dia 29 de maio, em data posterior à das primeiras postagens nas redes sociais, o órgão afirmou ser falso que o agente causador da covid-19 seria uma bactéria. Em geral, segundo a Fiocruz, os vírus desse tipo costumam causar doenças respiratórias semelhantes a um resfriado. No caso do novo coronavírus, porém, os sintomas das formas mais graves da doença ainda são objeto de estudo em todo o mundo. A chamada tempestade de citocinas, por exemplo, uma reação hiperinflamatória do organismo, tem sido uma das complicações nos casos mais graves. Recentemente, o corticóide dexametasona foi apontado como um possível redutor das mortes pela doença, nos casos de pacientes que necessitam de suporte respiratório.
Em maio, o Comprova verificou que era enganosa uma postagem que afirmava ser a trombose a principal causa de morte dos pacientes com a covid-19. Sobre a afirmação de que “os respiradores nunca foram necessários, nem a unidade de terapia intensiva”, o Comprova também já publicou, em maio, a verificação de um vídeo, enganoso, que critica o uso de respiradores pulmonares.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


