Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez esclarecimentos acerca das fake news no dia 24 de Agosto. São eles:
(1) É #FAKE que filha de Putin morreu após tomar dose de vacina russa contra Covid-19
Circula nas redes sociais a informação de que a filha do presidente russo, Vladimir Putin, morreu após tomar uma dose da vacina desenvolvida no país. A mensagem falsa é acompanha de uma foto. A legenda diz que se trata da filha de Putin sendo imunizada. Entretanto, nenhuma das duas filhas do presidente, Katerina e Maria, aparecem na imagem. E nenhumas delas morreu. A Embaixada da Rússia no Brasil diz que “a mensagem referida, com certeza, é fake”. Além disso, nenhum veículo russo ou qualquer agência internacional noticiou a morte da filha de Putin – porque, obviamente, isso não aconteceu. Na verdade, quem aparece nas imagens é uma voluntária, chamada Natalia, que participou dos testes com a vacina desenvolvida no país. Não há relatos de mortes durante essa etapa experimental.
(2) É #FAKE que uso de máscara contra o coronavírus tem sido desencorajado pela OMS e por governos de outros países
Circula nas redes sociais que o uso de máscaras contra o coronavírus pela população tem sido desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e também por governos de outros países. A mensagem falsa diz: “O uso generalizado de máscaras tem sido desencorajado em todo o mundo. Até a OMS diz que, se você está saudável, a máscara é indicada apenas caso esteja cuidando de alguém infectado. Na Europa, usa quem quer, não usa quem não quer. Nos EUA, o CDC não recomenda que pessoas saudáveis usem máscaras. Por meio do Twitter, o US Surgeon General solicitou que as pessoas parem de comprar máscara”.
O texto se baseia propositalmente numa recomendação antiga da OMS, do período ainda inicial da pandemia, que já foi atualizada meses atrás. A orientação atual é a de que, em locais onde há disseminação comunitária da doença, como no Brasil, “os governos devem incentivar o público em geral a usar máscaras onde houver transmissão difusa e o distanciamento físico for difícil, como em transportes públicos, em lojas ou em outros ambientes confinados ou lotados”. Ou seja, o texto refere-se a todas as pessoas, não só às doentes.
Essa orientação difere, de fato, das anteriores, que abarcavam profissionais de saúde que lidam no dia a dia com pacientes com a Covid-19 e também pessoas de grupos de risco, como idosos e indivíduos com doenças pré-existentes, além de cuidadores de idosos. Os posicionamentos anteriores foram revistos, mas a mensagem falsa usa a recomendação como se fosse atual. Cabe lembrar que a revisão de orientações é algo que faz parte da dinâmica de uma doença nova, sobre a qual pouco se sabia no começo do ano, mesmo entre médicos.
Outro ponto: não é verdade que na Europa inteira o uso é facultativo, como afirma a mensagem falsa. Há previsão de multa para quem não utiliza a proteção na Inglaterra, na Alemanha, na Itália, na Bélgica, na Espanha e em outros países do continente. O cientista de dados e engenheiro Mauricio Feo, que mora na França, perto da fronteira com a Suíça, e vem acompanhando os dados sobre a pandemia, rechaça essa afirmação da mensagem viral. “Inclusive, a norma está cada vez mais rígida quanto às máscaras. É obrigatória no transporte, mercados, e na maioria dos comércios. Só na rua ainda não é obrigatório”, diz Feo.
Também é mentira que o CDC norte-americano, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças, uma agência federal, não recomenda máscaras para quem não foi contaminado pelo vírus. Em um comunicado deste mês, “o CDC recomenda que as pessoas usem máscaras em ambientes públicos, e quando estiverem perto de pessoas que não moram em sua casa, especialmente quando outras medidas de distanciamento social são difíceis de manter”. “As máscaras podem ajudar a evitar que pessoas com a Covid-19 espalhem o vírus para outras pessoas.”
De qualquer forma, o infectologista Ralcyon Teixeira, diretor da divisão médica do hospital Emílio Ribas, explica que não se pode comparar a situação brasileira com a de países de Europa, que iniciaram a pandemia antes e conseguiram, de certa forma, controlá-la, com medidas de distanciamento social efetivas. “O uso de máscara ainda é recomendado como medida auxiliar importante de redução da transmissão do vírus. Os lugares que estão deixando de recomendar as máscaras já estão com os casos controlados. O uso da máscara protege quem não está doente de ter contato com o vírus e diminui a transmissão por quem está contaminado, pois ela reduz a propagação de gotículas. Se ambos (doentes e não doentes) usarem, a combinação diminui a chance de disseminação do vírus”, lembra Teixeira.
Um outro dado distorcido da mensagem é o que diz que o cirurgião-geral dos Estados Unidos, Jerome Adams, um porta-voz do governo Donald Trump para questões de saúde, solicitou recentemente que a população parasse de comprar máscaras. Trata-se de uma fala antiga de Adams, de março, quando houve o risco de falta do item no mercado para profissionais de saúde da linha de frente. Por isso, o pedido para que a população em geral não estocasse o produto.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


