Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 3 fake news foram esclarecidas, 1 realizada pelo Portal UOL e outra pelo Portal Globo.com no dia 17 de agosto. São elas:
(1) Coronavírus: Termômetro infravermelho não é prejudicial ao cérebro
(2) É #FAKE que termômetro infravermelho cause dano à glândula pineal
A mensagem que circula é atribuída a uma enfermeira australiana, que se diz preocupada com a utilização indiscriminada do chamado termômetro de testa no contexto da crise do coronavírus. “O termômetro do tipo infravermelho nunca deve ser apontado para a testa de alguém, especialmente de bebês e crianças pequenas. Como profissional da área médica, recuso-me a visar diretamente a glândula pineal, que está localizada no centro da testa, com um raio infravermelho. No entanto, a maioria das pessoas concorda em passar por isso várias vezes ao dia! Nossas glândulas pineais devem ser protegidas, pois são cruciais para nossa saúde agora e no futuro”, afirma a mensagem falsa.
Também chamada epífise e localizada no centro do cérebro, a glândula pineal é uma estrutura que produz hormônios, que são, então, liberados na corrente sanguínea. Entre eles, a melatonina, que regula o sono. A aferição de temperatura é superficial, e a luz emitida pelo termômetro, quando se aperta o gatilho, é inofensiva à pele. O médico Júlio Pereira, neurocirurgião da Beneficência Portuguesa de São Paulo diz: “A glândula pineal é profunda, e está protegida pela pele, subcutâneo, caixa craniana, e ainda tem todo o córtex cerebral. A ideia de que haveria dano a ela não tem qualquer plausibilidade biológica […] Esses termômetros são usados no mundo todo, tendo sido aprovados há muito tempo. São autorizados pela FDA (agência federal norte-americana responsável por autorizações na área da saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional e Segurança Sanitária). Foram testados. As ondas de radiação que podem causar algum dano para nós são de outro tipo. O que esse termômetro infravermelho faz é captar nossas ondas de calor e nos dar a informação sobre nossa temperatura corporal. Então não existe lógica anatômica alguma imaginar que a proteção da glândula pineal seria rompida”.
(3) É #FAKE que fotos mostrem lesões causadas por infecção após uso de máscaras contra a Covid-19
Circula pelas redes sociais um painel com cinco fotos que mostram rostos de pessoas com marcas ou erupções na pele. As imagens são acompanhadas de uma legenda que diz: “Infecção por Stafilococcus devido ao uso de máscaras. Entendam por que profissionais de saúde só usam máscaras descartáveis e as trocam de hora em hora”. Uma destas fotos mostra, na verdade, uma garota com varicela e está disponível no banco de imagens Istock. Uma busca reversa na foto da criança com vermelhidão em torno da boca leva a uma página da Wikipedia em inglês sobre eczema herpético e não tem nenhuma relação com o uso de máscaras.A foto de uma mulher com rosácea, doença que provoca vermelhidão no rosto, pode ser encontrada no banco de imagens Shutterstock. Ela também é anterior à pandemia. Ambas são anteriores ao primeiro caso do novo coronavírus.
A foto de uma mulher com o rosto marcado é a única da coleção que tem relação direta com o uso de máscara, mas ela não retrata uma infecção. São apenas marcas deixadas após longas horas de uso. A imagem mostra a enfermeira italiana Valeria Zedde, que publicou a foto em seu perfil no Instagram, relatando a importância do equipamento de proteção e a vontade de lutar contra o vírus. Ou seja, ainda assim, não se trata de uma máscara usada pela população em geral. Também não há indicação de infecção pelo Stafilococcus na garota vestida de preto muito menos relação com máscaras de proteção. A dermatologista Ligia Kogos observa que as lesões no rosto da moça não coincidem com as partes do rosto cobertas por uma máscara. Ela afirma que as lesões podem ser, na verdade, uma dermatite perioral ou uma queimadura provocada pela exposição ao sol.
O uso prolongado de máscaras, porém, pode de fato danificar a pele do rosto e médicos recomendam alguns cuidados antes e após sua utilização para diminuir o risco de lesões. O Ministério da Saúde informa que existem orientações gerais e recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento da Covid-19 e outras síndromes gripais. A orientação do Ministério da Saúde é a utilização de máscaras descartáveis (cirúrgica ou N95, dependendo do caso). Quanto ao prazo de troca e a reutilização de máscaras, a publicação orienta que devem ser seguidas as instruções do fabricante. Saiba mais no link (págs. 20 a 22). Para a população em geral, no entanto, as máscaras de tecido ou pano, aliadas a todas as outras recomendações das autoridades, são suficientes para proteger contra o vírus.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


