Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez esclarecimentos acerca das fake news no dia 16 de Junho. São elas:
(1) É #FAKE que vídeo mostre diretor-geral da OMS dançando em bar durante o isolamento social
O vídeo gravado em 16 de fevereiro deste ano mostra um homem que se assemelha ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, por causa do bigode. Além disso, também é possível ver no vídeo que a televisão exibia, na época, o quadro “Ding Dong”, do programa “Domingão do Faustão”, da TV Globo, normalmente exibido aos domingos. O referido programa foi ao ar em 16 de fevereiro deste ano. A mulher loira que aparece na TV, com um vestido brilhante com decote em V, é a cantora Marcella Fogaça, noiva do ator Joaquim Lopes, que estava ao seu lado no programa. O casal disputou no quadro musical contra o casal Eduardo Sterblitch e Louise D’Tuani. Já Faustão aparece na televisão ao lado da cantora Claudia Leitte, que estava com o cabelo preso.
(2) É #FAKE que foto mostre criminosos se passando por eletricistas no meio da pandemia do coronavírus
Os dois homens mostrados na imagem, registrada em maio de 2019, não são “meliantes”, como alegam os textos falsos, e sim funcionários terceirizados da CPFL. Eles foram fotografados trabalhando, de fato, e, por orientação do advogado deles, Leandro Weissmann, procuraram a polícia para registrar um boletim de ocorrência que possa garantir a eles salvo-conduto diante de qualquer questionamento ou ameaça.
A CPFL Paulista esclarece que os dois homens são funcionários de uma empresa terceirizada que presta serviços à companhia para leitura dos medidores. Eles estavam devidamente identificados com crachás, uniformes, veículo com identificação da empresa e com ordem de serviço para a atividade. Em nota, a distribuidora destaca que “realiza inspeções nos medidores de energia nas instalações dos clientes de forma rotineira, em um trabalho de segunda-feira a sábado”. A CPFL afirma ainda que, em caso de dúvidas em relação à necessidade de realização de qualquer serviço, o cliente pode entrar em contato por meio dos canais de atendimento, entre eles o 0800 010 1010. Em casos de inspeção e outros trabalhos, é necessário solicitar aos colaboradores o número da nota de serviço e confirmá-lo com o atendente. Caso não seja possível realizar a confirmação no momento, a orientação da empresa é que o cliente não permita a execução do serviço e não assine ou entregue qualquer documento.
(3) É #FAKE que máscaras são inócuas e podem causar infecção na garganta
Segundo médicos entrevistados pela CBN, as máscaras de tecido, produzidas artesanalmente em meio à pandemia, embora não sejam recomendadas para profissionais de saúde, que estão em contato direto com o vírus, são, sim, eficazes para proteger as pessoas que vão à rua, usam transporte público e circulam em locais fechados. Elas servem como barreira física para elementos que carregam o vírus, como gotículas eliminadas na fala e os aerossóis (espirros e tosse), e constituem uma forma de conter a propagação do vírus por quem está infectado. E os médicos lembram que as máscaras não fazem qualquer mal à saúde.
Mauro Schetcher, professor titular de infectologia da UFRJ, ratifica a recomendação pelo uso da medida de proteção e esclarece: “O vírus não é transmitido ‘solto’, ‘flutuando’ no ar, mas dentro de gotículas expelidas pela tosse e espirro de pessoas infectadas. As máscaras, variando de acordo com o material de que são feitas, reduzem a probabilidade de que gotículas contendo vírus e expelidas por pessoas infectadas atinjam as mucosas respiratórias de quem as use”. De acordo com Rômulo Neris, virologista doutorando pela UFRJ, pouquíssimas máscaras são eficientes, de fato, para filtrar totalmente o vírus. A mais eficiente, dentre as vendidas comercialmente, é a N95, capaz de reter até 95% das partículas. Entretanto, a pneumologista Patricia Canto Ribeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública, ressalva que não existe a hipótese de “transmissão zero”, mesmo com o uso da máscara caseira. No entanto, com o anteparo de tecido, a quantidade de vírus liberada pela pessoa doente é reduzida, ou seja, o vírus pode, sim, passar pelo tecido, só que isso não significa que a máscara não sirva para nada. José Rodrigues, pneumologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, ressalta que estudos já mostram que a utilização de máscara, incluindo a artesanal, combinada ao distanciamento de dois metros entre as pessoas, reduz a chance de contágio a praticamente zero.
Com relação ao número de camadas, a nova recomendação da OMS, do último dia 5, é de que as máscaras feitas em casa tenham ao menos três camadas de diferentes materiais: uma camada externa, em contato com o ambiente, e à base de um material resistente à água; uma intermediária, que funcione como um filtro; uma interna, que absorva água. Porém, a máscara caseira nunca foi recomendada para profissionais de saúde ou outras categorias que lidam com o vírus diretamente. Estes utilizam máscaras mais vedadas, como a N95, e também aventais, óculos de proteção e outros itens. “O uso de ‘roupa de astronauta’ é para locais em que há grande exposição ao vírus, como ambiente hospitalar e laboratórios de pesquisa”, explica Patricia Canto Ribeiro. Ela ainda ressalta que o uso de máscaras caseiras não traz qualquer risco à saúde dos usuários. Mas elas precisam ser higienizadas devidamente, e trocadas a cada duas horas. Vale lembrar que nariz, boca e queixo devem estar cobertos quando a pessoa estiver fora de casa, e que não se deve tocar na máscara durante o uso.
Por fim, a respeito do tal malefício trazido pelas máscaras – a mensagem falsa diz que ela causa infecções respiratórias e dor de garganta –, o pneumologista José Rodrigues afirma que o que se dá é o oposto disso. Ou seja, a máscara preserva a pessoa do contato com o coronavírus e com outros vírus.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


