Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez esclarecimentos acerca das fake news no dia 15 de Junho. São elas:
(1) É #FAKE que Doria firmou contrato com farmacêutica chinesa em 2019 para desenvolver vacina contra o coronavírus
A mensagem falsa foi impulsionada por um tuíte do ex-deputado Roberto Jefferson que diz: “Doria assinou um contrato de desenvolvimento da vacina para Covid, com a Sinovac, da China, e o Instituto Butantan. A vacina tem o nome de CoronaVac. O contrato foi assinado em agosto de 2019. Eu não entendi. Agosto do ano passado? Como? Coronavac? Na China, ano passado? Como?”. Primeiramente, Doria esteve, em agosto do ano passado, em Pequim e outras cidades do país asiático para intermediar o contato de empresários de São Paulo com investidores chineses. Na ocasião, foi aberto em Xangai um escritório da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP), organização social vinculada à Secretaria de Fazenda e Planejamento do estado, para apoiar as empresas paulistas nas transações com as chinesas. Entretanto, só agora, em junho de 2020, diante da pandemia, é que foi firmado acordo entre São Paulo, por meio do Instituto Butantan, e a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech para a produção e testes em humanos de uma vacina contra o coronavírus.
A mensagem falsa usa o vídeo em que Doria faz o anúncio à imprensa. Em nota, o Instituto Butantan esclarece: “Em nenhum momento o governador João Doria diz (no vídeo) que o acordo foi assinado em agosto de 2019. Sua fala remete à missão do governo do estado na China, realizada em agosto passado, e à inauguração de um escritório comercial em Xangai, com o objetivo justamente de fortalecer e ampliar as relações econômicas com o país asiático, por ele ser um grande parceiro do Brasil na área comercial”. O Butantan reforça que “a parceria efetiva para a produção e testes em estágio avançado de uma vacina contra o coronavírus foi firmada somente em junho deste ano, entre o governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, e a farmacêutica chinesa Sinovac”.
(2) É #FAKE que pandemia de gripe suína teve início na China como as da Sars e da Covid-19
As mensagens falsas dizem que as cinco pandemias mundiais desde 1997 tiveram origem na China: a de H5N1 (gripe aviária), a da Sars (síndrome respiratória aguda grave), a de H1N1 (gripe suína), a de H7N9 (subtipo do vírus influenza que também causa a gripe aviária) e a da Covid-19. No entanto, o H1N1 foi verificado primeiro no México (em 2009), e não na China, e o surto de H5N1 em humanos se deu em Hong Kong (em 1997), um território autônomo do país. Ou seja, das cinco epidemias citadas, que causaram milhares de mortes pelo mundo, três foram mesmo identificadas na China continental, como é chamado o território chinês excluindo Hong Kong e Macau: a de Sars-CoV (em 2002), a de H7N9 (em 2013) e a de Covid-19 (em 2019).
Não se trata de uma coincidência o fato de elas terem acometido primeiro os chineses, explica o virologista Rômulo Neris, doutorando pela UFRJ. As ocorrências se relacionam com os hábitos alimentares da população e com o fato de o país ter mais de 1,4 bilhão de habitantes. Segundo o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, já existe, inclusive, uma discussão ética sobre os hábitos chineses envolvendo o convívio com animais vivos e suas implicações mundiais. “Esses vírus zoonóticos vão surgindo todo o tempo e, por vezes, um adquire esse potencial pandêmico. Para isso, é preciso ter proximidade de animais vivos e seres humanos, e grandes adensamentos populacionais. O México, com o H1N1, foi uma exceção”, diz o médico.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


