14.05.2020 – Notícias classificadas como Fake News

15 de Maio de 2020

Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 4 fake news foram esclarecidas, 2 realizadas pelo Portal UOL e 2 pelo Portal Globo.com no dia 14 de Maio. São elas:

(1) Sepultamentos cresceram 47% em um mês no maior cemitério de São Paulo
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, um homem que se apresenta como funcionário do governo diz que o cemitério da Vila Formosa tem covas abertas, mas não está realizando mais sepultamentos do que antes da pandemia do novo coronavírus. O Comprova apurou que o vídeo foi realmente gravado no Complexo Cemiterial Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, mas traz informações erradas. O complexo é dividido em dois cemitérios – Vila Formosa I e Vila Formosa II – e as duas unidades alternam os dias de enterros. Assim, enquanto em uma unidade estão sendo feitos os sepultamentos, na outra são realizados somente os serviços de limpeza e de exumação de corpos. O vídeo foi gravado no cemitério da Vila Formosa I em um dia em que os sepultamentos estavam sendo feitos na segunda unidade. Além disso, o homem que aparece dando informações não é funcionário do Serviço Funerário, que é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de São Paulo. Ao contrário do que afirma o narrador do vídeo, houve 47% de aumento no número de pessoas enterradas de março a abril deste ano, ou seja, depois que o país começou a lutar contra a pandemia de Covid-19.

(2) Hospital do Piauí não “zerou” pacientes com Covid-19 após uso de cloroquina
O conteúdo usa um vídeo verdadeiro gravado pelo médico oncologista Saba Vieira em 8 de maio, no qual ele relata um protocolo adotado pelo médico Justino Moreira, diretor clínico do Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, para o tratamento precoce de pacientes com o novo coronavírus. No vídeo, Vieira diz que no tratamento oferecido pelo hospital há “duas janelas de oportunidade” para quem contraiu a doença. A primeira é a aplicação de cloroquina com azitromicina em pacientes que apresentaram sintomas de um a sete dias. A segunda é o uso de corticoides em pacientes que apresentam sintomas depois de sete a doze dias. Justino confirmou que desde 2 de maio vem adotando essas duas abordagens para pacientes que estão com comprometimento pulmonar e não têm comorbidades. Ao todo, 15 pessoas foram submetidas ao protocolo, com prognóstico positivo, mas ainda não há evidências suficientes para dizer que estão curadas. Isso porque, apesar de os pacientes terem apresentado melhora clínica, apenas cinco já tiveram alta. Quatro ainda estão em tratamento domiciliar e os outros seis seguem internados em leitos clínicos. Nem todos passaram pelos exames necessários de radiografia para receber o laudo de alta da Covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também não reconhece nenhum medicamento ou vacina para a Covid-19.

(3) É #FAKE que foto mostre corpos de vítimas da Covid-19 enterrados em vala comum em Nova York
A imagem de corpos estendidos no chão com uma mensagem dizendo que se trata de uma vala comum em Nova York, nos Estados Unidos, para vítimas de Covid-19 foi tirada em setembro de 2015, na Arábia Saudita, durante a peregrinação anual dos muçulmanos a Meca. Na ocasião, houve uma confusão entre os fiéis, resultando em mais de 700 mortos. O tumulto ocorreu na cidade de Mina, próxima a Meca, onde os peregrinos permanecem hospedados por vários dias. A tragédia foi causada pelo grande número de pessoas aglomeradas no local. Muitas acabaram morrendo pisoteadas. A confusão foi amplamente divulgada pela imprensa com dezenas de fotos e vídeos das vítimas publicadas por agências internacionais, como a Reuters e a France Presse. As imagens têm os mesmos elementos que aparecem na foto da mensagem falsa: tendas brancas protegidas por grades verdes, agentes com coletes verdes e laranja e capacetes amarelos e as vítimas com trajes brancos.

(4) É #FAKE que máscara de proteção baixa a imunidade e potencializa a proliferação de bactérias
Todas as informações contidas no vídeo em que um homem condena as máscaras de proteção que vêm sendo utilizadas contra o coronavírus, sob a recomendação das autoridades de saúde, estão incorretas de acordo com especialistas entrevistados pela CBN. Segundo o professor titular de infectologia da UFRJ Mauro Schechter, não há relação do uso de máscaras faciais com qualquer uma das afirmações feitas no vídeo e diz: “No máximo, caso tenham sido mal colocadas e/ou utilizadas por longos períodos, as máscaras podem causar feridas superficiais”. A utilização é preconizada tanto pela OMS quanto pelo Ministério da Saúde.

O pneumologista Rodolfo Fred Behrsin, professor do Hospital Universitário Gaffreé e Guinle, explica que a imunidade não é afetada pela máscara e afirma: “Para alterar a imunidade, é preciso ocorrer alguma intervenção em órgãos responsáveis pela produção de células de defesa do organismo, como baço e medula óssea, das quais a máscara está bem longe”. Sobre o aumento do risco de infecção bacteriana, o infectologista Paulo Santos, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, exclarece: “Ao respirarmos usando máscara, estamos eliminando a nossa própria microbiota. A máscara fica, sim, potencialmente impregnada dessas bactérias, mas isso não representa um risco para a saúde, desde que as regras de higiene e limpeza frequentes sejam adotadas, conforme orientado pelo Ministério da Saúde”.

Uma outra informação incorreta da mensagem é a de que a máscara aumenta o nível de dióxido de carbono e diminui a oxigenação do corpo. Como as máscaras não são hermeticamente fechadas, a respiração não é prejudicada, e a troca do oxigênio e do gás carbônico se dá normalmente. Pode haver desconforto quando a pessoa já está com dificuldades respiratórias, pelo aumento do esforço, mas não há risco de intoxicação. Sobre a parte do vídeo que diz que o álcool, usado para higienizar as mãos e objetos, leva à queda da imunidade, Domingos Alves, pesquisador do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, informa: “Isso não acontece. A imunidade é um processo ativado por uma infecção, e não tem nada a ver com o álcool usado. Ele não aumenta nem reduz a imunidade”.

As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.


Fonte: Ministério da Saúde
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