13.05.2020 – Notícias classificadas como Fake News

14 de Maio de 2020

Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 4 fake news foram esclarecidas, 1 realizada pelo Portal UOL e 3 pelo Portal Globo.com no dia 13 de Maio. São elas:

(1) É falso que máscaras reduzam imunidade e aumentem proliferação de bactérias
Nenhuma das alegações contra o uso de máscaras feitas no vídeo de oito minutos gravado e divulgado por Daniél Rocha em seu canal no YouTube no dia 6 de maio são verdadeiras. Inicialmente, a filmagem afirma que “se você usa máscara, você vai respirar menos oxigênio ainda, você vai respirar mais dióxido de carbono”. Segundo Jean Gorinchteyn e Guilherme Spaziani, do Instituto de Infectologia Hospital Emílio Ribas, de São Paulo, e Antonio Carlos Bandeira, integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia, isso é falso. Gorinchteyn explica que as máscaras têm pequenos filtros, que impedem a passagem de gotículas e partículas maiores, mas permitem a troca do ar, e que o grau de proteção depende do material utilizado na produção do equipamento de proteção.

O vídeo também diz que “pessoas que usam máscara terão mais bactérias na boca, mais bactérias na gengiva, mais bactérias atacando seus dentes, no trato respiratório e, consequentemente, nos pulmões”. Guilherme Spaziani explicou que o ser humano já tem bactérias próprias da mucosa e de outros lugares do corpo, mas que o uso da máscara de proteção não aumenta o número desses organismos. Gorinchteyn lembra que é preciso trocá-las em um intervalo regular: de 2 h para máscaras cirúrgicas e de 1h30 para equipamentos de pano e completa “Elas ficam úmidas, pelo ato de falar, transpirar e acabam perdendo o papel de proteção”. Por fim, os três especialistas destacam que o uso de máscara não diminui a imunidade.

No vídeo, Rocha afirma, ainda, que o megainvestidor George Soros, fundador da organização filantrópica Open Society Foundation, “comanda a OMS e tem interesse na redução populacional”. Ao Comprova, a OMS informou que Soros não tem qualquer relação com a entidade, seja como empregado ou como embaixador. A reportagem não encontrou indícios de que o bilionário húngaro-estadunidense tenha relação com a instituição. Segundo reportagem da BBC Brasil de 2018, Soros é criticado pela direita por financiar ONGs de defesa de direitos humanos.

(2) É #FAKE que máscaras de proteção podem levar à autocontaminação pelo coronavírus e que vacinas contra a gripe podem causar a Covid-19
Com 26 minutos de duração e centrado numa entrevista com a bioquímica Judy Mikovits, o documentário norte-americano que se chama “Plandemic” dissemina várias informações falsas, por exemplo: vacinas já disseminadas contra a gripe, ministradas pelo mundo, contêm o coronavírus e que o uso de máscaras de proteção facial ativa o vírus já instalado no organismo humano, numa espécie de autocontaminação. Outros médicos que participam do documentário de acordo com o New York Times, dizem que a utilização de máscaras e o distanciamento social não são uma saída para vencer a pandemia, como vem sendo propagado. Isso porque as duas medidas impedem que as pessoas tenham contato com todos os vírus e bactérias que fortalecem seu sistema imunológico. Segundo os entrevistados, após o período de distanciamento, o sistema imunológico de quem ficou confinado estará enfraquecido, e a população estará mais propensa a adoecer. Médicos ouvidos pela CBN, no entanto, são unânimes ao confrontar essas informações: o novo coronavírus não está presente nas vacinas contra a gripe, o uso da máscara no rosto não o “reativa” no organismo e não existe a hipótese de autocontaminação. Sobre as críticas à quarentena, Paulo Santos, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologista, explica que o confinamento não é maléfico para os sistemas de defesa.

Outra afirmação de Judy no documentário é a de que o novo coronavírus foi manipulado em laboratório e que, portanto, a pandemia não tem origem natural. Segundo ela, essa manipulação se deu durante pesquisa conjunta que envolveu laboratórios de Wuhan, na China, onde a pandemia começou, e a Universidade da Carolina do Norte. Especialistas explicam que não há qualquer relação do vírus estudado em 2015 com a pandemia atual. A revista científica “Nature”, na qual o estudo foi publicado à época, chegou a fazer um alerta recente neste ano de que a pesquisa está sendo usada para embasar teorias falsas sobre o novo coronavírus. Renato Kfouri, infectologista e presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra que o sequenciamento genético do novo coronavírus já mostrou que ele é muito semelhante ao Sars 1, e que não há por que acreditar que o vírus causador da pandemia atual tenha saído de um laboratório.

(3) É #FAKE que alho cru e açafrão previnam a infecção pelo coronavírus e curem a Covid-19
Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o Ministério da Saúde reiteram desde o início da pandemia: não há fórmulas caseiras nem remédios produzidos em laboratório que inibam ou curem a Covid-19, assim como não há vacina para este vírus até o momento. Tratamentos com diferentes substâncias estão sendo estudados e testados em ambiente hospitalar pelo mundo. Eles não incluem alho nem açafrão. O infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, reforça: “Por mais que se conheçam alguns efeitos benéficos de alimentos ricos em substâncias que atuam no nosso sistema imune, que contêm vitamina C e zinco, por exemplo, não há evidências de que a suplementação, seja através de medicamentos, como complexos vitamínicos, seja in natura, possa ser preventiva ou terapêutica. Isso vale para qualquer infecção, e mais ainda no caso da Covid-19. A doença é nova e há menos dados ainda sobre isso”. O chá de alho e o chá de açafrão são popularmente conhecidos por ajudar a aliviar os sintomas de gripes e resfriados. Mas não têm efeito curativo.

(4) É #FAKE que governador de NY disse que levantamento feito pelo Departamento de Saúde do estado provou ineficácia do isolamento social
Um levantamento recente sobre os novos pacientes hospitalizados por Covid-19 pelo Departamento de Saúde do estado norte-americano, de fato, foi feito e mostra que 66% desses novos pacientes estavam isolados em casa. Entretanto, em nenhum momento, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, usou essa informação para desacreditar o isolamento social, mas, sim, para pedir que as pessoas reforcem os cuidados pessoais necessários, como a higienização das mãos e o uso de máscaras, e que evitem visitar outras pessoas. O vídeo que circula pelas redes sociais está cortado e editado e mostra apenas um trecho do pronunciamento do governador para dar a entender que sua posição era crítica ao isolamento social como forma de conter o avanço da doença. Na coletiva de imprensa na última quarta-feira (06/05), que durou cerca de 27 minutos, o governador disse que sabe que as pessoas querem respostas sobre a reabertura econômica do estado e que o governo está estudando como fazer isso. Então, Cuomo afirmou que é preciso seguir a ciência e os dados para planejar quando e como a reabertura será efetuada, e não a emoção e a política. Em seguida, disse que o que tem sido feito no estado tem mostrado efeitos e que os números de novos casos, pacientes hospitalizados e de mortes estão caindo, mas que o declínio ainda é “dolorosamente lento”. Assessoria dele reforça posição a favor do distanciamento, diz que casos caíram, mas que comportamento pessoal ainda faz com que haja contaminações.

As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.


Fonte: Ministério da Saúde
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