13.04.2020 – Notícias classificadas como Fake News

6 de Maio de 2020

Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez esclarecimentos acerca das fake news no dia 13 de Abril. São elas:

(1) É #FAKE que WhatsApp limitou encaminhamento de mensagens apenas no Brasil após pressão política
A decisão do WhatsApp de limitar o compartilhamento de mensagens apenas uma vez foi comunicada no dia 07 de Abril. A implementação se deu para os 2 bilhões de usuários do aplicativo em todo o mundo, não apenas no Brasil. Além disso, não houve qualquer interferência de partidos políticos ou ministros do STF na decisão, como alega a mensagem viral. O objetivo da medida, segundo o WhatsApp, é “diminuir a disseminação de informações falsas na plataforma”, proliferação essa que tem ocorrido em todas as partes do planeta. Agora uma mensagem que não foi criada pela pessoa que irá reenviá-la só poderá ser encaminhada para um destinatário por vez. Em comunicado, a empresa diz: “Geralmente, as mensagens encaminhadas muitas vezes podem conter informações falsas e não são tão pessoais quanto as mensagens típicas enviadas pelos seus contatos no WhatsApp. Agora, atualizamos o limite de encaminhamento para que essas mensagens só possam ser encaminhadas para uma conversa por vez”. Segundo o WhatsApp, não é ruim que os usuários encaminhem informações úteis, vídeos divertidos, pensamentos ou orações. “Entretanto, temos visto um aumento significante na quantidade de mensagens encaminhadas que, de acordo com nossos usuários, podem contribuir para a disseminação de boatos e informações falsas”. Em janeiro de 2019, o WhatsApp já tinha decidido mudar as regras de encaminhamento de mensagens. A decisão também foi global e o anúncio foi feito por Victoria Grand, vice-presidente de comunicações do WhatsApp, em evento na capital indonésia. Na ocasião, caiu para cinco o total de destinatários por vez que podiam receber uma mensagem encaminhada por alguém que a recebeu de outra pessoa.

(2) É #FAKE que agência norte-americana liberou uso de remédio experimental para todos os pacientes com Covid-19
O documento da FDA (Food and Drug Administration, órgão federal norte-americano que regula a liberação de remédios) deixa claro que a liberação do uso da cloroquina, medicamento experimental no tratamento da Covid-19, não foi feita a todos e só pode ser ministrado contra a Covid-19 em ambiente hospitalar e em parte dos casos. A FDA explicita na autorização que não se pode afirmar ainda qual é a “dose ótima” (ideal) da cloroquina para tratar a Covid-19. O documento diz ainda que efeitos colaterais devem ser reportados pelos profissionais de saúde, assim como a evolução clínica dos pacientes. O infectologista Leonardo Weissman, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, aponta as ressalvas no documento expedido pela FDA: “Eles deixam claro que não existe produto aprovado, que autorizam apenas o uso experimental. No comunicado, falam dos efeitos adversos, proíbem testes com pessoas com problemas no fígado, gestantes, diabéticos… Não há liberação para todo mundo”.

A pneumologista Patricia Canto Ribeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública, lembra que a cloroquina é uma droga que não tem restrição para o uso pela FDA, porque já foi testada e utilizada para outros fins. Mas para figurar como tratamento da Covid-19, a droga ainda carece de testes e reforça: “Existem estudos sendo realizados no mundo, em vários centros, sobre a eficácia da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. Até agora, os estudos não são definitivos, ainda temos que esperar”. O até então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, liberou os médicos brasileiros para prescrever cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, mas assumindo a responsabilidade e informando aos pacientes dos riscos implicados. Em suas declarações, Mandetta vem demonstrando que vê a cloroquina com reserva. Ele tem afirmado que ainda espera resultados de testes clínicos.

(3) É #FAKE que filho de Doria fez festa para 200 pessoas em meio a quarentena em SP
O link republicado nas mensagens com uma foto do filho do governador de São Paulo, João Doria, que diz que ele deu uma festa para 200 convidados mesmo com a quarentena imposta pelo pai em razão da pandemia do coronavírus é de uma reportagem da revista “Veja” de julho de 2017. A notícia diz que na época, para comemorar 23 anos, Johnny fez uma festa para 200 pessoas na mansão da família nos Jardins e contratou o show do funkeiro MC Pikeno, do hit “Sou da Favela, Ela É do Asfalto”. Um outro detalhe causa ainda mais confusão ao clicar na reportagem: isso porque o texto foi atualizado em dezembro de 2019, e essa data aparece antes do dia da publicação original. Na época da festa, Doria não era nem governador de São Paulo, mas o prefeito da capital. Procurado, o governo de SP reforça que a reportagem compartilhada é antiga e não tem nenhuma relação com o atual momento.

(4) É #FAKE que governo de SP fez revisão de mortes confirmadas de Covid-19 e mais da metade teve resultado negativo
A mensagem, da manhã de 6 de abril, diz: “A fraude paulista. Das 201 mortes, 119 tiveram resultado negativo para o coronavírus. Outros 37 exames foram considerados inadequados, ou seja, não foi possível fazer a análise, porque as amostras estavam prejudicadas, seja por falta de material, por coleta incorreta…”. E completa: “De acordo com a secretaria, 19 exames foram classificados como ‘extraídos’, ou seja, houve dúvida na análise e os testes estão sendo refeitos. Trocando em miúdos: 201 – 119 negativos = 82. 82 – 37 inadequados = 45. 45 – 19 extraídos = 26. Apenas 26 mortos em São Paulo”.

Essa mensagem é um boato se aproveita de números reais para criar uma narrativa falsa. O que aconteceu foi o seguinte: no dia 3 de abril, 201 óbitos considerados suspeitos pelo governo do estado, ou seja, pendentes de confirmação por testes no Instituto Adolfo Lutz, tiveram o resultado finalmente divulgado. Destes 201, de fato 119 tiveram resultado negativo para o coronavírus, ou seja, as mortes ocorreram por outras causas. Mas essas 201 em nenhum momento chegaram a ser divulgadas oficialmente como mortes confirmadas por Covid-19 – elas estavam na lista de mortes sob investigação. A própria reportagem do G1 publicada neste dia mostra que, com os 26 casos confirmados, o total de mortes no estado chegou a 214 naquela data. Ou seja, os 26 foram somados aos outros 188 que já constavam da relação oficial de óbitos – 20 na quinta à noite e 6 na manhã de sexta. Não houve nenhuma revisão. No dia 6, quando a mensagem começou a viralizar, o dado oficial já apontava 304 mortes pelo novo coronavírus. Naquela data, o número total de casos era de 4.861, e a doença chegava a todas as regiões administrativas paulistas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.

As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.


Fonte: Ministério da Saúde
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