07.08.2020 – Notícias classificadas como Fake News

7 de agosto de 2020

Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 2 fake news foram esclarecidas, 1 realizada pelo Portal UOL e outra pelo Portal Globo.com no dia 07 de agosto. São elas:

(1) É falso que máscaras não ajudam controlar pandemia. Ciência atesta eficácia
São falsas as alegações feitas em um texto, publicado pelo site do Instituto Rothbard, que chama o incentivo ao uso da máscara de “tirania”. O conteúdo ainda afirma que não existem evidências capazes de provar a eficiência da proteção facial e que seu uso pode causar intoxicação e aumentar o risco de contaminação pelo novo coronavírus e outros vírus e bactérias.

As afirmações vão na contramão do que dizem as autoridades sanitárias de diversos países e das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), cujo trabalho se baseia em evidências científicas. A conclusão dessas autoridades é a de que o uso correto das máscaras reduz a quantidade de partículas virais expelidas e, portanto, ajuda a conter o avanço da pandemia. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), por exemplo, indica em seu site 19 artigos publicados em diferentes revistas científicas que atestam a efetividade do uso de máscaras como parte da estratégia para controlar a pandemia. A OMS, por sua vez, conta com uma Divisão Científica que subsidia a elaboração das normas da organização e que produz inúmeras pesquisas na área da saúde pública.

Em resposta ao Comprova, a equipe do site do Instituto Rothbard afirmou que o texto não contraria as recomendações dos órgãos de saúde porque comunicados contrários ao uso de máscaras já foram emitidos pelas entidades. O site, no entanto, não leva em conta o contexto em que tais comunicados foram feitos e ignora as mudanças de posicionamento das autoridades. No início da emergência sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, a OMS recomendou que pessoas sem sintomas da doença evitassem usar máscaras cirúrgicas para que não houvesse falta para os profissionais da linha de frente e para os pacientes sintomáticos. Naquele momento faltavam equipamentos de proteção em vários países do mundo. Em junho, com o avanço do números de casos e óbitos causados pela covid-19, a OMS passou a recomendar o uso de máscaras para o público geral, afirmando que a mudança em seu posicionamento fora baseada na conclusão de novos estudos científicos. Segundo a equipe do instituto, as organizações e entidades sanitárias são “órgãos burocráticos que se contrariam a si próprios[sic], o tempo todo. E, de modo algum, eles são nossa referência e deviam ser a referência de qualquer pessoa”.

(2) É #FAKE que Senegal usa cloroquina desde o primeiro caso e tem apenas cinco mortes por Covid-19
O cartaz que circula nas redes sociais com uma mensagem que diz que o Senegal usa cloroquina desde o primeiro caso e, por isso, tem apenas cinco mortes por Covid-19 tem a foto do medico infectologista Moussa Seydy, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Fann e responsável pelo manejo da pandemia no país africano. Ele deu uma entrevista em abril a uma revista francesa, na qual explica que foi estabelecido um protocolo para tratamento de pacientes menos graves com hidroxicloroquina. De acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, o Senegal tem 223 mortos pela Covid e 10.715 casos confirmados com uma média de três mortes por dia.

Além de a cloroquina não ser utilizada em todos os casos, na mesma entrevista Seydy disse que o país adotou várias outras medidas de prevenção, entre elas fechamento de fronteiras e proibição de grandes reuniões, uso de máscaras e distanciamento social. É importante destacar ainda que a população do país é considerada jovem, o que diminui a incidência de casos graves. Procurado pela equipe do Fato do Fake, Seydy confirma que o remédio não foi adotado desde o primeiro caso – mas que vem sendo utilizado há mais de quatro meses – e desmente o uso sem restrições. “A hidroxicloroquina não é usada em crianças menores de 8 anos, mulheres grávidas e quando há contraindicação”, afirma. Ele afirma, porém, que o tratamento segue, apesar das recomendações em contrário das autoridades de saúde mundiais. “Nossos próprios resultados e nossas próprias descobertas nos dizem que o protocolo hidroxicloroquina-azitromicina é eficaz. Estudos recentes não podem alterar nossos resultados e vice-versa. Sem mencionar que todos os estudos não usaram o mesmo protocolo que eu ou Didier Raoult [médico e microbiologista francês] em termos de dosagem, duração do tratamento e combinação de medicamentos”, diz.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em junho a suspensão, pela segunda vez, dos ensaios clínicos com hidroxicloroquina contra a Covid-19. Segundo a entidade, as evidências científicas apontam que a substância não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença. Em julho, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que a OMS não indica o uso da cloroquina em pacientes de coronavírus porque não foi possível demonstrar um benefício claro para os pacientes.

As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.


Fonte: Ministério da Saúde
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