Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 4 fake news foram esclarecidas, 3 realizadas pelo Portal Globo.com e 1 pelo Portal do Ministério da Saúde no dia 07 de Abril. São elas:
(1) É #FAKE que enxaguante bucal combate o coronavírus
A informação de que os enxaguantes bucais podem matar o vírus na boca ou na garganta não tem embasamento científico em absoluto, afirma o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia. O Professor da cadeira de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de medicina da UFRJ e médico do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, Rafael Galliez esclarece: “Enxaguante bucal não possui eficácia para reduzir o risco de adquirir a infecção, tampouco de evitar a transmissão, uma vez que a pessoa esteja infectada” e ainda diz: “As células que o vírus infectam estão nas vias aéreas inferiores e superiores. Os enxaguantes não possuem qualquer ação contra o vírus nas regiões onde ele está mais intensamente sendo liberado pelas células infectadas”.
O fato de parte desses produtos conter álcool na fórmula pode gerar essa confusão. O infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, alerta: “Às vezes o que as pessoas pensam é que gargarejo pode prevenir infecção e a transmissão por conta da presença do álcool. Só que em quem já está doente, o vírus fica dentro da célula, se multiplica, invade outras células”. Ele ainda reforça: “Tem quem ache também que beber bebida alcóolica adianta, mas não serve para nada. O contato com o álcool não traz qualquer tratamento. E para quem não está doente, passar produto alcoólico na boca ou beber também não previne em nada a infecção”. Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde, não existem, até o momento, substâncias eficazes contra o novo vírus que possam ser usadas em casa pela população para se prevenir ou se tratar.
(2) É #FAKE que pesquisador foi preso nos EUA por fabricar e vender o novo coronavírus para a China
O pesquisador citado na mensagem se chama Charles Lieber e foi, de fato, preso em Massachusetts, nos Estados Unidos, mas a queixa-crime que embasou a prisão não faz qualquer referência à Covid-19. Segundo o documento, assinado em 27 de janeiro deste ano, o pesquisador foi preso por dar falsas declarações para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Os investigadores tiveram acesso a e-mails de Lieber que mostram que o pesquisador manteve estreita relação com a Universidade de Wuhan e também participou do programa de financiamento “China’s Thousand Talents Plan” entre 2012 e 2017. Isso ocorreu sem o consentimento da Universidade de Harvard, na qual Lieber trabalhava em tempo integral e era presidente do Departamento de Química e Biologia Química da instituição. Além disso, há estudos que mostram que o novo coronavírus não foi criado em laboratório. Segundo pesquisadores de EUA, Reino Unido e Austrália, eles encontraram evidências de que características do genoma do novo coronavírus são resultado de seleção natural. Como muitos casos no início do surto foram relacionados com um mercado em Wuhan, os pesquisadores levantam a hipótese de que animais, como o morcego, podem ter servido inicialmente como hospedeiros.
(3) É #FAKE que Banco Mundial classificou Brasil como o melhor país do mundo no combate à Covid-19
Não é verdade a mensagem de que o Banco Mundial, instituição financeira internacional que concede empréstimos a países em desenvolvimento, considera que o Brasil é o maior exemplo a ser seguido no combate ao novo coronavírus. O boato se aproveita do fato do banco ter feito, no documento “Gerenciando riscos e facilitando o comércio na pandemia da Covid-19”, um elogio pontual a uma ação brasileira, de conceder redução da alíquota do imposto de importação de artigos utilizados para combater a disseminação da Covid-19, como álcool em gel, máscaras faciais, luvas, óculos de segurança e capotes, entre outros. Além do exemplo brasileiro, o Banco Mundial também destaca no documento, publicado no dia 1º de Abril e divulgado pelo Ministério da Economia em seu site, uma atitude tomada pela União Europeia e, em nenhum momento do texto, o banco diz que o Brasil é o número um do mundo na luta contra a Covid-19 tampouco faz considerações sobre o conjunto de medidas adotadas pelo país. O objetivo do documento é dar uma série de orientações sobre o comércio internacional em meio à pandemia. Na própria página do Ministério da Economia, em últimas notícias, a nota que trata do tema tem como título: “Banco Mundial destaca política comercial brasileira no combate à Covid-19”.
(4) Medicamento para COVID-19 – É FAKE NEWS!
Até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus (COVID-19).
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


