A chegada da pandemia da COVID-19 mudou nossas vidas e nos forçou a transformações que poderiam demorar anos para ocorrer. Dentro do universo de atividades que precisaram se adaptar está a educação. Instituições de ensino e educadores se viram obrigados a saber lidar repentinamente com ferramentas tecnológicas pouco, ou quase nunca, utilizadas até então para educar.
A internet se apresentou como ferramenta eficaz para encurtar a distância provocada pelo isolamento social, porém algumas questões continuaram sem respostas, tais como: o que fazer nos casos em que o aluno não dispõe dos recursos mínimos para participar de aulas remotas. Como garantir o acesso a uma educação de qualidade se, entre os domicílios mais carentes, 58% não têm computadores e 33% não dispõem de acesso à internet (CETIC.BR, 2018).
Apesar de não sabermos ao certo quando isso tudo irá acabar, a experiência no enfrentamento de outras pandemias indica que esse momento de distanciamento social e privação de liberdade, felizmente, cedo ou tarde chegará ao fim. Seja pela descoberta de uma vacina, seja pela chamada “imunidade de rebanho”, uma hora “tudo isso vai passar”.
Mas, para uma parcela da população, formada por mais de 700 mil brasileiros, o distanciamento da sociedade, a falta de oportunidades e até mesmo a ausência de material didático continuarão sendo alguns dos grandes entraves a serem superados no processo de ensino e aprendizagem.
Estamos nos referindo aqui às pessoas que vivem em privação de liberdade nos presídios e complexos penitenciários espalhados pelo Brasil. Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), publicado em junho/2017, são 726.354 pessoas vivendo nessas condições. A grande maioria, 88% dessa população, não possui o ensino básico completo e mais da metade sequer concluiu o ensino fundamental (BRASIL, 2017).
Fonte: SBC Horizontes


