MEC quer ampliar ensino a distância nas universidades federais

26 de outubro de 2020

Sob a gestão do governo Jair Bolsonaro (sem partido), o MEC (Ministério da Educação) quer ampliar a oferta de ensino a distância nas universidades federais brasileiras. Foram publicadas hoje no Diário Oficial da União duas portarias que instituem grupos de trabalho para a discussão, elaboração e apresentação de estratégias para a ampliação da oferta de cursos de nível superior, na modalidade a distância, nas instituições federais de ensino.

A medida acontece em meio à divulgação dos dados do Censo da Educação Superior de 2019, liberados hoje pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Os resultados mostram forte avanço dos cursos a distância no ensino superior brasileiro, em especial na rede particular, mesmo antes da pandemia do novo coronavírus —período em que profissionais e instituições de todos os níveis de ensino tiveram que se adaptar para oferecer aulas remotas.

“Nós verificamos que essa tendência já está muito forte no setor privado. E no setor público, principalmente na rede federal, a gente atua fortemente no ensino presencial”, disse Wagner Vilas Boas, secretário de Educação Superior do MEC, durante entrevista coletiva realizada na manhã de hoje para a divulgação dos dados do censo. O secretário, então, mencionou as portarias que foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União e disse que um dos objetivos da iniciativa é “desenvolver uma política de educação digital para a rede federal brasileira”.

“Com isso, poderemos ampliar e muito o ensino a distância, como aconteceu na rede privada. Poderemos atingir um número muito maior de estudantes e com a mesma qualidade que nós temos no ensino presencial”, declarou. Os dados do censo mostram que, de 2018 para 2019, houve crescimento de 19% nas matrículas em cursos superiores a distância.

Já no ensino presencial, houve redução de 3,8% no número de alunos matriculados. Além disso, as matrículas em cursos superiores a distância quase triplicaram em um intervalo de 10 anos. A maior parte das matrículas em cursos a distância, no ensino superior, é da rede particular. Em 2019, 93,6% dos matriculados em cursos de graduação a distância estudavam em instituições privadas.

Nos grupos de trabalho criados por meio das portarias publicadas hoje, há representantes da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), da UniRede (Associação Universidade em Rede), da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) e do MEC, além de representantes das universidades federais de cada uma das cinco regiões do país.


Fonte: UOL Educação
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