MEC corta bolsa de indígenas e instituto faz campanha para apoiar estudantes

28 de agosto de 2020

“O ensino à distância durante a pandemia levantou o debate sobre as dificuldades de acesso à internet no Brasil e a eficácia dessa modalidade de ensino quando disponibilizada de forma precária. Se a conexão pode ser um problema pra quem mora nos centros urbanos, pra quem ocupa os interiores, áreas rurais e terras indígenas, as dificuldades de acesso são ainda maiores.

Em meio a esse quadro, indígenas em situação de vulnerabilidade social perderam o direito a bolsas de estudo no valor de R$ 900 concedidas pelo Ministério da Educação para estudarem na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Os auxílios do curso Gestão em Saúde Coletiva Indígena do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena foram suspensos quando as aulas deixaram de ser realizadas em regime presencial.

Esta é a terceira de uma série de quatro reportagens do Brasil de Fato sobre os desafios da Educação a Distância (EaD). Para garantir o acesso à educação dessa população durante a pandemia, o Instituto lançou a campanha “SOS Povos Indígenas” que atende 250 famílias de estudantes indígenas com cesta básica de alimentos, materiais de higiene e produtos de limpeza.

“O Programa Bolsa Permanência foi criado em 2013 para garantir a permanência do estudante em situação de vulnerabilidade social na Universidade. São estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas e de origem étnico-racial, ou seja, pardos, negros e indígenas. Esse corte no orçamento é um retrocesso na política brasileira de ação afirmativa”, afirma Marcos Braga professor do curso de licenciatura intercultural e diretor do Instituto.

O Insikiran surgiu de uma demanda do próprio movimento indígena e oferece três cursos de formação superior para indígenas em nível de graduação: a Licenciatura Intercultural, criada em 2001, o Bacharelado em Gestão Territorial Indígena, criado em 2009, e o curso de Bacharelado de Gestão em Saúde Coletiva Indígena, criado em 2012. Mais de 400 indígenas já se formaram no instituto desde a sua criação. “


Fonte: Amazônia Notícia e Informação
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