Se antes a tecnologia assustava, definitivamente, hoje ela é vista como aliada. No momento mais surreal da humanidade, em que todos precisaram reaprender formas de se relacionar, de trabalhar e de estudar, certamente, o que mais ganhou espaço foi o advento tecnológico. E, sobretudo, na educação.
Vínhamos ainda desbravando a educação 4.0, que traz conceitos de descoberta da aplicação da tecnologia frente ao aprendizado. Educadores e alunos caminhavam a passos lentos, pisando em territórios que ainda precisavam ser desbravados. Mas veio um empurrão: a pandemia da Covid-19.
Essa percepção colocou escola, educadores, alunos e família em um nível de relacionamento ainda mais próximo. Isso porque o ensino deu espaço ao aprendizado mútuo. Todos precisaram aprender e percebem hoje que esse aprendizado é uma constante. A partir disso, a tecnologia deu espaço a outro desenvolvimento: o das competências. Aqui, entramos na educação 5.0, o que significa que uma não é a evolução da outra, elas estão em um nível lado a lado. Tecnologia e competências precisam caminhar juntas e, nesse cenário pandêmico, esse modelo educacional foi evidenciado.
E como isso aconteceu? Com a proximidade real que o distanciamento trouxe. Um paradoxo, é verdade, mas extremamente real. “Estamos dentro da casa dos nossos alunos, talvez nunca estivemos tão próximos, percebendo aquele aluno tal como ele é. Os pais, que antes tinham curiosidade de como é a aula e como é a interação entre aluno e professor, hoje, não têm dúvidas. Também conseguem perceber isso. Houve uma união muito significativa na caminhada educacional”, expõe a professora Maria Fernanda.
“Uma das mudanças mais fortes que aconteceram ao longo desses quase oito meses de distanciamento escolar, são as relações humanas, tendo a empatia como grande base dessa mudança. Se colocar no lugar do outro o tempo todo: o professor no lugar do aluno que irá receber o conteúdo, o aluno no lugar do professor que se engajou em levar aquele conteúdo e a família vendo esses dois lados”, coloca Maria Fernanda.
Mas e agora para onde a educação vai? A certeza é uma só: retornar àquele ensino não mais. “As portas foram abertas, muita coisa que era feita não tem mais espaço. O professor descobriu um mundo de possibilidades e de criatividade. E o aluno também se identificou mais com essa escola”, diz Maria Fernanda. Então, os caminhos são indiscutíveis: é o da metodologia ativa, a chamada aula de ponta-cabeça; é propiciar que o aluno adquira bagagens antes de ir para a sala de aula; e é manter a escola nesse patamar que conversa com a vida real desse aluno.
Uma semana, sete dias. Foi o tempo que mais de 500 professores e mais de 100 pessoas nas equipes pedagógicas do Colégio Positivo tiveram para aprender uma nova forma de ensinar. Aconteceu uma transformação em um ritmo tão acelerado que, se pararmos para ver de fato essas mudanças, entendemos que seriam necessárias décadas para tanta evolução. Mas não. Foram sete dias e os alunos entraram em um ambiente escolar virtual que abriu um olhar para o desenvolvimento real do aluno, com um formato que evidencia seu conhecimento, suas habilidades e suas competências.
“As aulas remotas trouxeram um ensino mais personalizado, em que o professor consegue enxergar melhor o desenvolvimento do aluno. Hoje, construímos uma metodologia em que o aluno passa por todo o pacote assíncrono, com videoaulas e aulas de apoio. Isso é somado à aula síncrona quando há troca de conhecimento ao vivo com o professor, e isso se fecha com o questionário que busca saber do aluno o que ele aprendeu naquela semana”, explica Maria Fernanda.
Um dos maiores ganhos com essa metodologia de aula remota é a forma de avaliação do aluno. Deixou-se de lado aquela cobrança com aplicação de provas, em que a nota é o fator mais importante, para viver um ciclo de verificação de aprendizagem, em que errar deixa de ser algo ruim e passa a ser positivo, de modo a perceber o que precisa ser melhorado neste ou naquele conteúdo.
Fonte: G1 Paraná


