Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez um esclarecimentos acerca das fake news no dia 28 de Junho. É ela:
(1) É #FAKE que foto mostre jovem com rosto inchado após tomar vacina chinesa contra a Covid-19
Circula nas redes sociais uma foto de um rapaz com o rosto inchado acompanhada de uma legenda que diz: “Vacina chinesa causa reação no teste. Enfermeiro voluntário posta como ele ficou após tomar a primeira dose da vacina chinesa”. Uma busca reversa na imagem mostra que o rosto mostrado na mensagem é do estudante norte-americano Andrew Seely. Em 2016, colegas de faculdade borraram manteiga de amendoim em seu rosto durante um trote enquanto ele estava dormindo, em uma fraternidade fora do campus da Central Michigan University. Seely, que tem uma severa alergia a amendoim, teve um inchaço facial grave. O caso e sua repercussão foram destaque em diversos jornais.
(2) É #FAKE que imagem prove que primeira voluntária não recebeu vacina contra a Covid-19 em SP
Um vídeo sobre o início dos testes da vacina chinesa Coronavac em São Paulo circula em redes sociais com a alegação de que a voluntária não foi imunizada de verdade. Entretanto, outras versões mais longas das mesmas imagens mostram que a vacina foi aplicada de fato, ou seja, trata-se de uma imagem cortada/editada. A imagem usada na mensagem falsa foi feita apenas para registro, com a presença do governador João Doria. Isto é, a aplicação não foi feita realmente naquele momento.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa em nota que a médica Stefania Teixeira Porto realmente foi a primeira voluntária a tomar a vacina no Hospital das Clínicas, seguindo as normas técnicas de preparo e aplicação. “Considerando os protocolos de segurança e de prevenção à Covid-19, por se tratar de ambiente hospitalar e considerando o volume de veículos de comunicação participantes na coletiva realizada no HC, a visita não foi aberta para a imprensa. Para garantir imagens deste momento à imprensa, foi organizada a entrada estritamente das equipes de foto e vídeo da Secom-SP, com total segurança também para estes profissionais. Assim, foi organizada uma simulação para os respectivos registros audiovisuais.” A médica Stefania Teixeira Porto, de 27 anos, que trabalha como clínica geral do Hospital das Clínicas, gravou para o SPTV, inclusive, um vídeo em que fala sobre a injeção. Na reportagem do G1, também há uma foto divulgada pelo governo de São Paulo em que se vê a agulha em seu braço.
Sobre as etapas, o virologista Rômulo Neris, doutorando pela UFRJ, explica: “Existe uma série de diretrizes que precisam ser seguidas para aprovação de uma vacina, mesmo em protocolos acelerados. Nenhuma etapa foi pulada. As agências de saúde relevantes sugeriram que as etapas podem ser feitas em conjunto. Vacinas aprovadas e em uso são seguras, eficientes e, na maioria dos casos, não causam nenhum tipo de reação adversa ou efeito colateral”. O virologista também ressalva que os testes prévios em animais não são obrigatórios, ao contrário do que é afirmado no vídeo. Só que ele lembra que isso não é necessariamente perigoso, como o leigo pode supor, porque a primeira fase dos testes serve para aferir a segurança das vacinas.
(3) É #FAKE que vacina chinesa em testes no Brasil use células de fetos abortados
A CoronaVac, desenvolvida pela empresa da China Sinovac, e em fase de testes no Brasil em 9 mil voluntários, em parceria com o Instituto Butantan, usa células de uma espécie de macaco infectadas pelo Sars-CoV-2, inativado, e não de humanos fetos abortados. Entretato, existem, sim, imunizações que partem deste tipo de material, replicado em laboratório – numa técnica existente há mais de 50 anos e amplamente aceita no mundo científico –, mas não é este o caso da CoronaVac, que busca atestar a resposta imune dos voluntários com a aplicação de duas doses.
Procurado pela CBN, o Instituto Butantan esclarece o mecanismo da CoronaVac: “Para o desenvolvimento e a produção da vacina para a Covid-19, em parceria com a farmacêutica Sinovac, é utilizada a cultura de células vero, uma linhagem de células epiteliais renais de macaco-verde africano (Cercopithecus aethiops) […] Essa cultura de célula é obtida e controlada em laboratório, e não envolveu o uso de animais, uma vez que são conservadas em tambores com vapor de nitrogênio, e estão à disposição para o uso em pesquisas, produção de vacinas e outros produtos”, afirma o instituto, em nota enviada à CBN. O Butantan ressalta ainda que a técnica é aprovada para uso em produção de vacinas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e segue padrões rigorosos de segurança.
O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e investigador no Hospital das Clínicas do ensaio clínico de fase 3 da CoronaVac, o infectologista Esper Kallas explica que imunizantes que se valem de cultura de vírus em materiais derivados de tecidos embrionários trata-se de linhagens de células, ou seja, de células derivadas de fetos e que não perderam as características originais – e não novos tecidos de novos fetos abortados, portanto.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


