Pouco mais de 100 dias após registrar os cinco primeiros casos de coronavírus, Curitiba, capital do Paraná, passou de uma situação confortável para dramática em relação à pandemia. Até metade de maio, eram 600 casos de covid-19 e taxa de ocupação de UTIs que não ultrapassava os 50%. Em março, quando entraram em vigor as medidas de isolamento social, a adesão dos curitibanos foi boa, bem como a obrigatoriedade do uso de máscara nos locais públicos.
Com o surto controlado, a prefeitura de Curitiba relaxou as regras e permitiu a reabertura de shoppings e academias no dia 20 de maio. O resultado: os casos quintuplicaram. “Isso é consequência direta do relaxamento das medidas de distanciamento social. Se circularmos normalmente, teremos várias oportunidades ao longo dos dias de transmitir ou contrair o vírus” alerta o infectologista e professor da Escola de Medicina da PUC-PR, Giovani Breda.
Atualmente no patamar laranja (risco médio), conforme o Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social, sistema de monitoramento adotado na cidade para rastrear a doença, e que estabelece quais medidas devem ser tomadas em cada nível, a Prefeitura de Curitiba restringiu acessos, mas não totalmente, o que, invariavelmente, propicia a circulação de pessoas. Impôs horários reduzidos ao comércio de rua, aos restaurantes e shoppings (que não operam aos finais de semana), mas os manteve abertos, apostando na colaboração da população. A estratégia não funcionou: a cidade voltou à normalidade no início do mês. Comércios (como supermercados) que antes mantinham medidas rígidas de higiene e de controle de pessoas passaram a não limitar o número de clientes, e restaurantes ficaram cheios.
Fonte: UOL


