O impacto das notícias falsas na opinião pública sobre ciência

5 de junho de 2020

As fake news estão hoje no centro de uma discussão que envolve jornalismo e ciência. Elas permitem identificar, pelo menos, dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por indivíduos que criam notícias falsas e que, portanto, sabem que elas são mentirosas. O segundo é composto por gente que não consegue identificar a fraude da notícia e a repassa, acreditando que era, de fato, um fato. Ou seja, o segundo grupo é bem mais numeroso.

A premissa por trás da estratégia das fake news é o bom e velho ditado “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”. A técnica de construção de um “bom” material enganoso prevê que, se o leitor analisar racionalmente, não irá compartilhá-lo. Por isso, esse tipo de conteúdo é elaborado de modo a mexer com a emoção da audiência. Em outras palavras, os produtores de conteúdo falso contam com a impulsividade das pessoas.

Como a dinâmica dos algoritmos das redes sociais faz com que a navegação online deixe um rastro de tudo aquilo que interessa ao leitor, se torna fácil oferecer a alguém exatamente o estímulo que essa pessoa precisa para entrar no círculo vicioso do “viés de confirmação”. Esse fenômeno é uma tendência cognitiva que faz com que todo mundo tenha mais propensão a lembrar, pesquisar e interpretar fatos que confirmem suas crenças e hipóteses. E se o conteúdo que dispara esse gatilho não existe, os criadores de notícias falsas o inventam.


Fonte: Scientific American Brasil
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