Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez esclarecimentos acerca das fake news no dia 22 de Maio. São elas:
(1) É #FAKE que vídeo mostre governador do Piauí em festa durante a pandemia da Covid-19
O vídeo em que o governador do Piauí, Wellington Dias, em uma festa “ao som de Anderson Rodrigues na casa de Robert Rios”, que ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí na época foi feito em março de 2015. Há outros trechos da mesma festa publicados no YouTube. Segundo a assessoria do governo do Piauí, o vídeo mostra um “encontro informal” de 2015.
(2) É #FAKE que vídeo mostre bebê sendo salvo do novo coronavírus da mãe contaminada ao nascer dentro de bolsa
Em entrevista à CBN, a mãe, Veronica Salazar, confirma que teve filhas gêmeas no dia 8 de janeiro, e que não estava infectada pelo coronavírus. Segundo o médico Waldemar Carvalho, ginecologista e obstetra da Beneficência Portuguesa de São Paulo, nos nascimentos pós-pandemia não vem sendo verificada a contaminação intrauterina, mas ainda não há estudos conclusivos sobre a possibilidade de transmissão. Ele esclarece também que no caso de cesarianas, o procedimento médico padrão para evitar contaminações no momento da retirada do bebê pelo médico é usar agentes desinfetantes na pele da mãe. O fato de a bolsa estar íntegra não tem peso, afirma. Ele pondera que, no caso do HIV, por exemplo, para que não haja infecção do bebê no momento do nascimento, é muito mais importante que a gestante esteja tomando antirretrovirais do que evitar que a bolsa dela se rompa. Sobre a possível transmissão do coronavírus de mãe para filho, o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, alerta que a contaminação pode se dar após o nascimento.
(3) É #FAKE que cidade de Itaperuna tenha curado 99% dos pacientes com a Covid-19
As falsas mensagens creditam a recuperação dos pacientes com a Covid-19 com o uso da cloroquina no município de Itaperuna, no noroeste do estado do Rio de Janeiro. Em entrevista à CBN, a secretária de Saúde da cidade, Nadine Polido, diz que a cloroquina está sendo ministrado, sim, a parte dos pacientes, mas não de forma indiscriminada. Além disso, não foi registrado percentual de cura de 99% dos infectados e complementa: “Temos 69 casos confirmados, dois óbitos e 13 pessoas curadas. O estado disponibilizou alguns comprimidos de cloroquina, mas deixou restrito. São para uso apenas em âmbito hospitalar. A gente faz a administração em pacientes internados. A pessoa não vai para casa com um kit”.
A eficácia e a segurança da cloroquina e da hidroxicloroquina ainda carecem de embasamento científico. Na sexta-feira (22), foram divulgados os resultados de uma pesquisa com 96 mil pacientes do mundo todo na prestigiosa revista científica “The Lancet”. O estudo, o maior já feito com infectados pelo coronavírus, aponta que os remédios não apresentam benefícios contra a Covid-19 além de não haver melhora na recuperação dos infectados, o risco de morte cresce. A Organização Mundial da Saúde também segue destacando a falta de evidências científicas favoráveis aos remédios e os riscos dos efeitos adversos e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), na sexta-feira (22), ratificou que não recomenda o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, associadas ou não à azitromicina, outro medicamento que também vem sendo utilizado em ambiente hospitalar. Em comunicado, a SBC diz: “Para os pacientes que optarem pela realização do tratamento, a SBC orienta que, desde que resguardadas as condições sanitárias necessárias para minimizar o risco de contágio de profissionais de saúde e outros pacientes, que sejam realizados eletrocardiogramas”.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


