A entrevista dada por Gérard Krause, no dia 29 de março, ao canal de televisão alemão ZDF foi parcialmente traduzida para o português pelo site Conexão Política e publicada no dia 13 de maio com um título mais incisivo do que o tom adotado pelo médico alemão. A frase “medidas de bloqueio matam mais que o próprio coronavírus” não foi dita de forma literal pelo médico, que fala, na verdade, sobre como as medidas mais rígidas de contenção à doença afetam outros setores da vida da sociedade.
No conteúdo original, o médico falou sobre o combate à covid-19 na Alemanha, dizendo que as medidas prolongadas de isolamento rígido, adotadas para diminuir a taxa de transmissão da doença e não sobrecarregar hospitais, podem causar outras doenças, como as mentais, e mortes na população: “Temos que manter essas medidas sociais sérias o mais curtas e menores possível, porque elas podem causar mais doenças e mortes do que o próprio coronavírus”. Ele ainda ressalta que é preciso considerar o impacto da covid-19 em outras áreas da sociedade e não apenas nas vítimas do novo coronavírus.
Krause não se mostra a favor de medidas rígidas de isolamento, mas também não diz ser contra a quarentena. Ele defende que essas medidas sejam coordenadas para que possam durar o menor tempo possível, considerando atenção especial ao grupo de risco, de modo que áreas como a economia não sejam tão afetadas. O médico alemão propõe uma organização “para que aconteça um afrouxamento cedo e com cautela ao mesmo tempo”, porque acredita que essas restrições por um período muito longo podem gerar impactos que vão além dos causados pela própria doença.
Ao longo da entrevista original, Krause ressaltou que é necessário ter cautela ao mesmo tempo em que as medidas são afrouxadas e admite que, mesmo protegendo grupos de risco, “ainda haverá doenças e mortes entre os jovens”. Também afirmou que é preciso continuar estudando a doença paralelamente às medidas de isolamento porque “isso ajudará a reduzir essas medidas muito gerais e a fortalecer e manter as medidas focadas e direcionadas”. Ele ressalta, no entanto, que é preciso preparar o sistema de saúde e ficar atento aos grupos de risco. Sua visão é totalmente focada no caso da Alemanha.
Fonte: Comprova


