Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez esclarecimentos acerca das fake news no dia 05 de Maio. São elas:
(1) É #FAKE que Papa disse para todos fazerem a oração ‘Estou vacinado com o sangue de Cristo e nenhum vírus pode tocar-me’
A frase “Estou vacinado com o sangue de Cristo: nenhum vírus pode tocar-me” não foi dita pelo Papa Francisco. Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Santa Sé garante que se trata de uma mensagem falsa: “Podemos confirmar que o Santo Padre nunca usou essas palavras. Não há vestígios delas em nenhuma de suas contribuições e discursos. E ele jamais pediu aos fiéis que as usassem como oração em qualquer ocasião.” A busca pela frase (e pequenas variações dela), de fato, não apresenta nenhum resultado nas manifestações do Papa neste ano durante a oração do Angelus nem em homilias, audiências, cartas, bençãos Urbi et Orbi, mensagens pontifícias e missas matinais. A frase também não está nas manifestações do Papa em seu perfil oficial no Twitter.
(2) É #FAKE que uso prolongado de máscara contra o coronavírus leva a quadro de intoxicação e baixa oxigenação do organismo
O texto afirma que a máscara faz a pessoa “respirar repetidamente o ar expirado transformado em dióxido de carbono”, gera sensação de tontura e pode evoluir para um quadro de intoxicação. A mensagem diz ainda que o artigo de proteção “causa desconforto, fadiga e perda de reflexos” e pode gerar desmaio. Nessa mesma linha, diz que não se deve dirigir de máscara “porque o ar viciado pode fazer o motorista perder a consciência”. Além disso, o texto afirma que a máscara deve ser retirada do rosto a cada dez minutos, para que isso não aconteça. Todas essas informações são refutadas pela pneumologista da Escola Nacional de Saúde Pública, Patricia Canto Ribeiro: “As máscaras não são hermeticamente fechadas, então permitem a troca do oxigênio e do gás carbônico. Esse texto é uma grande besteira. Não há baixa de saturação de oxigênio. A hipoxemia [baixa oxigenação do organismo] causada dessa forma só é verdadeira em ambientes que são totalmente fechados, em que você não tem a troca gasosa”. Ela ainda explica que a chamada hipercapnia (presença de doses excessivas de dióxido de carbono no sangue) se dá em casos de asfixia. O infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia reforça: “Levantar a máscara a cada dez minutos pode aumentar a chance de o indivíduo tocar na frente da máscara. É exatamente o que não se recomenda. E tem se recomendado o uso de máscara mesmo para quem estiver no interior dos veículos”.
O pneumologista Rodolfo Fred Behrsin, professor do Hospital Universitário Gaffreé e Guinle, esclarece: “As máscaras utilizadas nesta pandemia são feitas para impedir a inalação de partículas que ficam no ar. São pequenas gotículas emitidas por pacientes contaminados. A dimensão destas gotículas são grandes, se comparadas às moléculas de CO2, e a máscara é totalmente permeável, sem capacidade de reter o CO2. O que a máscara pode produzir é uma sensação de calor, por ficar sobre a face. Mas isso não é por retenção de CO2”. O médico desmente outro trecho da mensagem que está sendo compartilhada, que diz que “a deficiência de oxigênio causa quebra de glicose e aumento do ácido lático”: “Só existe a quebra da glicose em ácido lático em situações de anaerobiose (quando não há oxigênio), ou seja, não é o que ocorre neste caso”.
(3) É #FAKE carta atribuída ao escritor F. Scott Fitzgerald sobre a vida em quarentena em 1920
O texto atribuído falsamente ao escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald (1896-1940) como se tivesse sido escrito durante o surto de gripe espanhola foi escrito pelo autor Nick Farriella, de New Jersey, e publicado no site de humor McSweeney’s no dia 13 de março deste ano. É uma paródia ao estilo do autor de “O grande Gatsby”, que acabou compartilhada milhares de vezes como se fosse, de fato, dele. A confusão fez com que fosse adicionada no site a seguinte nota, para alertar os leitores: “Este é um trabalho de paródia, não é uma carta real escrita por Fitzgerald”.
(4) É #FAKE que pesquisa mostra que vapor de eucalipto protege ambientes do coronavírus
Segundo a publicação, uma série de testes realizados pelos pesquisadores da Universidade de Havana, em Cuba, comprovou que o vírus “não se desenvolve em ambientes onde é utilizado o 1,8 Epoxi-p-Metano”. A mensagem diz: “Como resultado do calor gerado pelos vapores, eles [os pesquisadores] recomendam ter galhos de eucalipto nos quartos ou vapores com óleo de eucalipto ou galhos para evitar Covid-19”. Segundo médicos epidemiologistas ouvidos pelo G1, não há nenhuma comprovação científica de que plantas aromáticas, como o eucalipto, tenham efeito purificador do ar nem que possam matar vírus e bactérias. Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, esclarece que a inalação de vapor de eucalipto pode ajudar pessoas com asma ou bronquite por interferir nas mucosas do nariz, mas que não previne infecções. Segundo o médico, ele age como um descongestionante fraco e não tem um efeito capaz de melhorar a respiração comprometida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem uma base de dados que reúne as pesquisas científicas e os testes clínicos realizados no mundo inteiro que tenham relação com a Covid-19 e nela não há nenhum registro de trabalho que envolva eucalipto, epoxi-p-metano ou mentolatum. Logo, o estudo citado não existe. Além disso, tanto a OMS como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) não recomendam o uso de terapias de inalação de vapores como forma de combater o novo coronavírus, pois além de não ter eficácia, há o risco de queimaduras.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


