Tuíte engana ao sugerir que vacina contra a covid-19 é desnecessária

22 de outubro de 2020

É enganoso um tuíte do perfil intitulado “Médicos pela Liberdade” afirmando que quando a vacina contra a covid-19 for desenvolvida “a maior parte das pessoas já terá contraído a doença” e, por isso, ela não será mais necessária. Embora ainda não seja possível apontar quando a imunização estará disponível e qual será sua eficácia, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, na maioria dos países, menos de 10% da população foi infectada pelo novo coronavírus até o momento. Isso significa que as pesquisas com a vacina são importantes pois, se tiverem resultado positivo, podem ajudar a imunizar grandes contingentes da população.

No Brasil, a mais recente fase da pesquisa Epicovid-19 BR, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), apontou prevalência de 1,4% de infectados na população, em um retrato de desaceleração da pandemia ao final de agosto.Mesmo em Manaus, onde uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMTSP) e pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) indicou que 66% da população na cidade pode ter sido infectada desde o início da pandemia, a vacina continuará sendo importante, segundo a coordenadora da pesquisa, a imunologista e pesquisadora Ester Sabino, que foi ouvida pelo Comprova. Isso porque a capital amazonense ainda teria 33% da população suscetível ao Sars-CoV-2, e também porque não se sabe quanto tempo dura a imunidade de pessoas que já contraíram a doença…. – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/comprova/ultimas-noticias/2020/10/21/tuite-engana-ao-sugerir-que-vacina-contra-a-covid-19-e-desnecessaria.htm?cmpid=copiaecola

Outro trecho da postagem afirma que se a doença não conferir imunidade, a vacina provavelmente também não irá garantir. Flávio Guimarães da Fonseca, virologista do Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) e pesquisador do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explicou em entrevista ao Comprova que a resposta imune induzida pela vacina é diferente da provocada pela própria infecção, principalmente em relação à eficácia e à longevidade. Ele ressaltou que a ciência ainda busca respostas sobre a atuação do novo coronavírus no sistema imunológico, mas que há uma “chance muito grande” de que o efeito da vacina seja melhor do que a imunização causada pela doença.

O Comprova fez contato com o perfil “Médicos pela liberdade” por mensagem no Twitter. O canal respondeu questionando a legitimidade do trabalho de agências de checagem e se recusou a repassar quais seriam as fontes das informações sustentadas na postagem verificada.


Fonte: UOL Confere
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