Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, apenas o Portal Globo.com fez um esclarecimento acerca das fake news no dia 08 de outubro. É ele:
(1) É #FAKE que presença de outros vírus nos corpos de vítimas da Covid-19 significa que pode não ter havido nenhuma morte pela doença
Em um vídeo que circula na internet, um homem narra um diálogo com uma pessoa não identificada. “A pessoa vai lá, morre com os sintomas de gripe. Aí testa para o Covid, deu positivo para o Covid. Aí pergunta: testam para outra coisa também”? Aí eu perguntei “Mas doutor, então o cara pode ter dois vírus ao mesmo tempo? Pode estar cooperando um com o outro?” Ele falou assim: “Pode ter mais de 2.000. O cara pode estar cheio de vírus. Qual foi o que causou a morte? Aquele tem que carga viral maior.” Aí ele perguntou: “Existe meio de averiguar isso? Não. Então, na verdade, olha só que loucura, na verdade, o número de mortos pela Covid pode ser zero. Por Covid, o número de mortes por Covid pode ser zero.” Em seguida, ele segue no mesmo raciocínio: “Como é que você sabe, fazendo o teste apenas para o coronavírus, que foi o coronavírus que causou os sintomas, a morte? Os sintomas mesmo. Como é que você sabe? Testaram para H1N1 também? Testaram para outras cepas do vírus da gripe? Como é que você sabe que aquele vírus foi responsável pelo desenvolvimento da doença? Então, a rigor, eu posso concluir que ele pode ter se espalhado muito por aí, mas que as mortes causadas pela doença podem ser zero.”
O médico infectologista do hospital Emílio Ribas Jamal Suleiman diz que o raciocínio não faz qualquer sentido. Segundo ele, a infecção por Sars-Cov-2, o vírus da Covid-19, possui sintomas específicos, que não são exatamente iguais aos causados por qualquer outro vírus ou bactéria. “A pneumonite causada pelo Sarc-Cov-2, pelos coronavírus de maneira geral, tem um padrão radiológico, que inclusive possui uma fórmula para cálculo de comprometimento pulmonar”, explica. É o chamado “vidro fosco”. “Se chegam com uma condensação heterogênea, eu nem peço o teste, porque é uma pneumonia bacteriana. E não há tantos vírus que causem pneumonites virais em adultos”, diz o médico. Ele lembra, por exemplo, que a pneumonite causada pelo Sars-Cov-2 é associada ao tromboembolismo (formação de coágulos), e isso não acontece com o vírus H1N1. Suleiman lembra que, em uma pandemia como a da Covid-19, a verificação dos casos da doença passa a ser feita não só pelos exames laboratoriais, mas também pelos chamados critérios clínicos-epidemiológicos, que levam em conta os sintomas e a circulação de um vírus associado a aqueles sintomas. Mesmo assim, há um monitoramento rotineiro, com amostras aleatórias, da circulação de outros vírus e bactérias. Ou seja, pessoas escolhidas ao acaso são, sim, testadas para verificação de outras doenças, como a H1N1 e a gripe.
O virologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rômulo Neris destaca a existência de efeitos específicos causados pelo vírus que permitem identificar a causa do óbito. “A Covid-19 possui uma série de manifestações caraterísticas. Além dos sintomas, as complicações são bem documentadas e, apesar de muita coisa ainda estar sendo estudada e esclarecida, sabemos que óbitos podem acontecer em decorrência de falência respiratória, coágulos sanguíneos, respostas inflamatórias em outros tecidos, e ainda em conjunto com outras condições, as chamadas comorbidades”, explica. “A autópsia não testa somente a presença do Sars-CoV-2 no corpo quando realizada. Ela também documenta as alterações nos tecidos que causaram a morte. A partir disso, é possível rastrear com base nas manifestações já documentadas a correlação do óbito com o quadro de Covid-19. Essa abordagem é comumente usada há algumas décadas em diversas infecções virais que também podem levar a óbito”, conclui.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


