Levando em consideração o Portal do Ministério da Saúde e os dois maiores portais brasileiros em acessos, Portal Globo.com e Portal UOL, 5 fake news foram esclarecidas, 3 realizadas pelo Portal UOL e 2 pelo Portal Globo.com no dia 12 de agosto. São elas:
(1) Imagem que circula na web não comprova venda de cloroquina em trem no RJ
Os textos que acompanham uma foto que circula pelas redes sociais e que sugerem que pacotes de cloroquina e hidroxicloroquina estariam sendo vendidos em trens da malha urbana estadual do Rio de Janeiro são falsos. Apesar de o Comprova não ter encontrado o autor da imagem, nem registro da circunstância e local onde ela foi feita, a partir análise detalhada da foto e de informações obtidas com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), é possível afirmar que não há embalagem de medicamentos à base de cloroquina ou hidroxicloroquina na imagem que viralizou.
(2) Post com cápsula vazia não prova “conspiração” contra cloroquina
É falso o conteúdo de uma publicação feita no Facebook que afirma que cápsulas de cloroquina vazias foram distribuídas por prefeitos para “provar que o medicamento não tem eficácia contra a covid-19”. A informação foi compartilhada junto com a imagem de uma cápsula de remédio aberta. A imagem viralizada se trata, na verdade, do frame de um vídeo sobre um caso ocorrido no município de Pontes e Lacerda, no Mato Grosso. A gravação em questão foi feita por uma mulher que recebeu ivermectina – não cloroquina – no hospital privado Vale do Guaporé, na cidade mato-grossense.
Essas publicações são, por vezes, acompanhadas de uma captura de tela de celular em que se vê a identificação do perfil @blogdojefferson, sugerindo que a postagem seria de Roberto Jefferson, presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A única conta encontrada pelo Comprova em redes sociais cujo usuário é “@blogdojefferson” é de um dos perfis de Jefferson no Twitter. Ele, no entanto, está impedido de fazer postagens com esse perfil desde o fim de julho por uma determinação da justiça relacionada ao inquérito das fake news. A assessoria do político afirmou que ele não fez esta publicação e que se trata de uma montagem.
O conteúdo investigado pelo Comprova culpa os prefeitos pela distribuição das cápsulas vazias. No caso da gravação de onde foi tirada a imagem, não há participação da prefeitura. O Hospital Vale do Guaporé fechou uma parceria com empresários locais para a distribuição da ivermectina como forma de profilaxia contra a covid-19, embora ela não tenha eficácia comprovada. Coordenadores da ação ouvidos pelo Comprova disseram que o projeto não recebeu dinheiro público e que não tem cunho político.
(3) É falso que João Doria tomou vacina chinesa contra a covid-19
(4) É #FAKE que foto mostre Doria recebendo vacina chinesa contra a Covid-19
Circulam pelas redes sociais fotos que mostram o governador de São Paulo, João Doria, que afirmou ter testado positivo para a Covid-19, tomando uma injeção. Legendas afirmam que Doria contraiu a doença apesar de ter tomado a vacina chinesa Coronavac, testada em São Paulo em parceria com laboratórios chineses. Entretanto, as imagens que mostram Doria tomando vacina são de março quando o governador foi imunizado contra a gripe. Ele não tomou a Coronavac após o início dos testes em São Paulo.
“Ao ler diversas fake news nas redes após a divulgação do meu diagnóstico de coronavírus, esclareço que não tomei a vacina Coronavac. Apenas médicos e enfermeiros que estão em contato com pacientes com Covid-19 receberam a aplicação da vacina nesta última fase de testes”, disse o governador, em seu perfil verificado no Twitter. O governo de São Paulo publicou nota em que diz que “é falso que o governador de São Paulo tenha tomado vacina contra Covid-19”. “A imagem é de março, quando ele foi imunizado contra a gripe. A Coronavac tem apoio do Butantan e está em fase de testes. Apenas voluntários profissionais de saúde receberam as doses.”
(5) É #FAKE que mortes por pneumonia e insuficiência respiratória têm sido todas registradas como sendo Covid-19
A mensagem que viralizou leva à falsa conclusão de que os números da Covid-19 no país estão sendo inflados artificialmente. O texto diz assim: “Portal da Transparência! Óbitos por pneumonia em 2019: 97.091. Óbitos por insuficiência respiratória em 2019: 41.220. Entendeu onde estão as 100 mil mortes? Renomearam pneumonia e insuficiência respiratória para Covid”. Porém, não é verdade que o Portal da Transparência, que divulga dados inseridos por cartórios espalhados pelo Brasil, contabiliza juntas as mortes decorrentes da Covid-19, de pneumonia e de insuficiência respiratória. As causas são informadas no site em separado. Os óbitos pela Covid-19 são dispostos no portal em destaque, e os de pneumonia e insuficiência respiratória, sob o guarda-chuva das causas respiratórias (as outras são Síndrome Respiratória Aguda Grave, septicemia e causas indeterminadas). Ou seja, as causas não foram “renomeadas”.
Pelo portal, que pode ser consultado por qualquer pessoa, os óbitos por pneumonia somam 140.507 em 2019 no país de 1º de janeiro até 12 de agosto; as mortes por insuficiência respiratória chegam a 61.129. Já em 2020, no mesmo período, as mortes por pneumonia somam 109.257, e as por insuficiência respiratória, 58.290. Os números são os que aparecem no sistema às 9h desta quarta-feira (12). Como os dados mudam conforme novos registros são inseridos pelos cartórios no país e isso pode levar até 60 dias para ocorrer em alguns locais, as mortes neste ano por essas duas causas tendem a ser ainda maiores. Além disso, há outras 94.008 mortes decorrentes da Covid-19 no portal até esta quarta. Mais uma vez, a diferença para as mais de 103 mil contabilizadas pelo consórcio de veículos de imprensa se dá por conta da defasagem na inserção dos registros pelos cartórios. Além disso, a metodologia é diferente, já que os dados são divulgados diariamente pelo consórcio não necessariamente levando em conta a data do óbito.
As investigações sobre as formas de transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
– gotículas de saliva;
– espirro;
– tosse;
– catarro;
– contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
– contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
O Ministério da Saúde ainda orienta cuidados básicos diários para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou então higienize com álcool em gel 70%.
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com COM O BRAÇO (e não com as mãos!) ou com um lenço de papel (e jogar no lixo).
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
– Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos).
– Manter os ambientes bem ventilados.
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
– Evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou que estejam com sintomas parecidos com os da gripe.
– Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas.
– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
– Evitar aglomerações.
– Ficar em casa quando estiver doente.
Fonte: Ministério da Saúde


